sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

E SE O MUNDO NÃO SE ACABAR...


 
Assusta-me pensar que o final de mais um ano está ali, bem próximo, faltando apenas dezessete dias.

Assusta-me também pensar que, mais uma vez, exista a previsão, sei lá de quem, de que o mundo se acabará no próximo dia 21 de dezembro e que ainda existam pessoas que possam acreditar em profecias desta ou de qualquer outra natureza, baseadas em relatos interpretativos de escritos dedutivos dos óbvios, oriundos do comportamento seja psicológico, geológico, cósmico, metafísico ou do escambal.

Assusta-me sobremaneira pensar relembrando o quanto senti medo quando ainda tinha apenas 10 aninhos por crer, apavorada, depois que ouvi que o mundo se acabaria, fazendo de meu imaginário infantil, uma cascata incessante de devaneios aterrorizantes que me roubou inúmeras noites de sono tranquilo e completo, transformando muitos de meus instantes infantis em verdadeiros contos de terror, onde o mar de ondas altas engoliria a praia, as ruas e as casas, matando a todos, inclusive a mim.

Cinquenta anos depois, novamente estou a beira-mar, tão próxima que posso sentir o seu cheiro e sons, fazendo-me lembrar lamentosamente deste período de minha infância, que foi danificada pela estupidez da criatura humana que insistente, desconsidera o imaginário de si própria, fazendo dele arma devastadora que se não mata, fere grotescamente, tendo como único propósito, ser um tolo e nada mais.

Assusta-me pensar no Natal da ainda fome que assola a humanidade, do Natal da ainda violência que nos caracteriza e com a qual nos tornamos vítimas e algozes, do Natal da ainda inconsequência de não sabermos quem somos e por que existimos neste universo, aí sim, misterioso e gigantesco, capaz de nos inspirar a escrever poemas, músicas e mil histórias, até mesmo idiotas e sem propósitos racionais, como as insistentes histórias do fim de si mesmo, mas ainda incapaz de nos fazer humanos.

Humanos no reconhecimento da complexidade deste todo que nos abriga, na grandiosidade que se apresenta em todos os tipos de vida, na simplicidade que deveríamos ter na condução de nossas próprias vidas, na interação amorosa que não doamos no convívio com outras vidas e na sempre incerteza que impomos às nossas vidas, pela inércia de verdadeiramente, não termos coragem de nos dispor a viver nossas próprias vidas sem, a elas, adicionarmos tolices, alegorias desnecessárias que, se em dados momentos,  suscitam sorrisos, bem estar e ilusões, em momentos outros, assustam, flagelam e  fazem chorar, transformando em pesadelos, o tudo complexo, matematicamente calculável, cientificamente explicável, filosoficamente belo, que somos e representamos, como ínfima partícula deste universo poderoso.

Assusta-me pensar no quanto ainda somos ingênuos, abusados e inconsequentes. Todavia, se eu estiver errada em minhas avaliações e, se o mundo desta vez se acabar no próximo dia 21/12/2012, espero que pelo menos sobrevivam as nossas mais generosas vibrações energéticas, para que tenhamos a chance de renascermos  em uma nova vida e em um novo tempo, para imprimirmos nela, o Por do Sol para que possamos  buscar, constantes renovações.

 O amanhecer para um sempre novo despertar da capacidade amorosa que, afinal, reside em todos nós, elaborando assim uma nova era, onde nós, humanos, sejamos capazes de respeitar toda e qualquer expressabilidade de vida, para que ela não se acabe, nem mesmo em profecias ou devaneios, permitindo assim, que ela, naturalmente se transmute no presente do subjuntivo, em um ciclo magnífico de pura vida, cujo guia venha a ser sempre a autêntica naturalidade, acompanhada da bendita e absolutamente necessária, liberdade.

Para quem conseguir sobreviver ao próximo fim de mundo, imposto pela mídia, pelos tolos ou pelos desesperançados, o meu sincero FELIZ NATAL, onde cada amanhecer signifique tão somente, um puro, simples, divino e grandioso:

- BOM DIA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

BOLO DE MUITAS FATIAS

Descobri fascinada ontem à noite ouvindo e assistindo a um show de Tony Bennet, o porquê, que desde a minha juventude sempre adorei ouvi-lo;...