De olhos fechados, pude escrever na mente tudo quanto agora,
neste instante, sou capaz de registrar em palavras, buscando escrevê-las com
toda a carga das emoções sentidas, pensando que talvez, seja esta a única
capacidade do escrevinhador, que é justo, transcrever suas espantosas
observações, antes de permitir seus envios ao seu próprio interior mental, criando
assim a cada instante para si, a imortalidade explicitada em versos e prosa.
Bendito silêncio que faz de mim um ser imortal,
instigando-me a ouvir bem mais que o corriqueiro, a sentir bem mais que o banal,
a querer bem mais por todo o tempo sem, no entanto, instigar-me aos devaneios
da brutal ansiedade que constrói miragens, cobrindo com seu véu invisível, as
realidades.
Em dados momentos como acontece agora, a realidade dos sons
e dos aromas são tão reais a minha mente
criativa, que interrompo a escrita e ponho-me a sentir o perfume abusado das
rosas e a escutar os grilo afoitos que de tanto cantarem, dão-me a impressão de
estarem entre as fibras de meus tapetes em um carnaval de muita alegria, fazendo-me crer que através
dos aromas e dos sons, transcendeu-se o tudo mais, e que, enfim, o tudo de bom,
tornou-se uma coisa só.
Penso então em Deus, tão falado e esquecido, quase nunca é
enxergado e muito menos sentido, seja no simples ou no comum do todo instante,
e, muito menos, na transcendência da mente.
Que nesta sexta-feira, você que me lê neste instante,
consiga despertar a sua vontade voluntária em desejar e buscar o seu silêncio
bendito, fazendo com ele a sua viagem de vida e liberdade mental entre os sons
e as cores, deste fim de outono magnífico.
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