Estou na varanda neste amanhecer de terça-feira, sentindo
este silêncio só quebrado pelo cantar dos pássaros e vez por outra, pelos
cachorros dos vizinhos.
Penso então, no quanto eu acertei em cheio quando optei em
largar as loucuras de uma cidade grande e passar a viver em uma pequena cidade
e mesmo aparentemente sozinha, sorrio como se ao meu lado existisse alguém com
quem compartilhar os sons de meus pensamentos que imediatamente se reportam
para a minha Itaparica por quem me apaixonei a primeira vista.
Hoje, passados tantos anos, ainda sinto a mesma emoção que
foi cultivada por uma dedicação mútua entre eu e todas as energias por aqui
existentes.
Uma coisa de louco... Uma sensação inexplicável... Um
verdadeiro encontro de almas.
E então, ainda sorrindo penso nas rosas e nos espinhos, no
mar e nas correntezas, no céu e nos raios, no amor e no ódio. Contra pontos
estimulantes, quando bem dosados ao caminharem juntos.
Penso nos encontros e nas conversas nas calçadas. Na delícia
dos reconhecimentos, dos rostos e das vozes.
Nos acenos amigos, no bom dia e boa noite.
Penso então, que isto é vida e que o resto é só miragem.
E penso ainda naqueles que por cegueira, não enxergam o
belo, o limpo e o verdadeiro.
Penso ainda naqueles surdos que não ouvem os pássaros, os
grilos e as folhagens.
E penso ainda nos insensíveis que não sentem os toques das
constantes brisas.
Finalmente penso sorrindo, na minha opção bendita.
Neste exato momento, a chuva aparece. Respiro fundo sentindo
o cheirinho de terra e gramas molhadas.
Abro os olhos e lá está ela: Uma Rosa, solitária e linda.
Novamente sorrio, pois este presente da vida é todinho meu.
Que no dia de hoje com chuva ou
com sol, você possa ser uma rosa na vida de alguém.
Uma brisa suave, sentida por
outro alguém.
Uma pequena correnteza atraindo somente,
amor.
E que as dúvidas sejam apenas
leves temperos para que o tudo mais, tenha mais sabor.
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