São quase nove horas da noite desta quinta-feira chuvosa, mas nem por isto menos encalorada, e eu estou pensando no que me ocorreu na noite de ontem e, sinceramente, nem que eu viva mais cem anos serei capaz de afirmar que conheço um só pouquinho da mente humana em sua infinita capacidade de camuflar suas reais intenções.
Enquanto estou aqui, recordando uma conversa, com um suposto homem de DEUS, no mínimo esdrúxula, penso na cobra que a reditei ser uma sucuri, mas que poderia ser qualquer outra, menos a de vidro que apareceu no terreiro dos fundos lá de casa e que, por falta de entendimentos naturalistas, sucumbiu a pauladas dadas pelo meu jovem caseiro.
Dois fatos aparentemente distintos, mas que se correlacionaram, justo porque em suas naturezas comportamentais, reagem atacando, tão logo se sentem de alguma forma ameaçados.
Bem... a cobra até posso compreender, mas o homem de DEUS!!!, tendo medo dos escritos desta senhorinha, aí é demais para a minha cabecinha de filósofa social. Afinal, quem sou eu e que força estranha e poderosa é esta que compõe os meus escritos que possam ameaçar seja lá quem for, ainda mais para quem tem um DEUS tão exclusivamente seu.
Penso, então, que diferentemente da cobra , o homem de DEUS, traz em sí a vaidade, prima irmã da arrogância, amiga íntima da intolerância, amante do preconceito, e eu nada mais sou que uma simples escrivinhadora deste universo em sua grandiosidade de vidas pulsantes, no que se inclui o Homem de Deus e a cobra, e a ambos, dobro-me em profundo respeito, apenas lamentando o triste fim da sucuri, que no frigir dos ovos é a menos agressiva, a menos peçoenta e com certeza a mais bela criatura que pude encontar no meu sagrado dia de ontem.
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