Fazem alguns dias que não escrevo, creio que o cansaço afetou de alguma forma minha disposição criativa, afinal não tem sido fácil a minha maratona de trabalho neste início de janeiro, se bem que a responsabilidade por esta quase exaustão eu atribuo ao fato indiscutível de minha idade, que se faz sempre presente, totalmente indiferente ao meu desejo em suplantá-la.
Todavia, somos teimosas e permanecemos em constante queda de braço, uma desconsiderando a força da outra, e nesta permanente batalha, coexiste o cansaço, que necessitando de atenção, repousa exatamente em minha inspiração, e aí, bem torno-me inerte, com preguiça de até ligar o notbook. Pode uma coisa dessas?
Pois é… pensando nisto, faço um tremendo esforço e me coloco a buscar a bendita inspiração, lembrando de algumas pessoas maravilhosas com as quais convivo e que não podem ser esquecidas em suas constantes atitudes de respeito aos demais. Uma delas é o querido amigo François, com o qual lamento não poder estar com mais frequência. Ele é daquelas criaturas que conseguem enxergar a beleza em lugares e situações em que a maioria sequer se dá ao trabalho de perceber, quanto mais tentar fazer realçar. Ele é exatamente assim, um alguém disposto a participar, doando seu tempo, sua disposição e seu imenso carinho por esta cidade.
Agora, aqui, sozinha pensando, creio que, de verdade, mais que cansada estou desgostosa e, quando fico assim, dificilmente sinto disposição para escrever. E não é para menos que estou desolada, afinal minha experiência jornalística de tantas décadas não foi suficiente para me escudar quanto ao banalismo que tenho presenciado por aqui. Se em Deus acreditasse, diria:
- Que é isso meu DEUS!
E pensar que poder-se–ia tanto fazer em prol desta legião de crianças e jovens mal assistidos em todas as áreas nos quatro cantos desta ilha. Que pena que não sobrou um resquício sequer de consciência respeitosa aos bens públicos. Que horror para mim, ter que assistir a todos estes desmandos sem nada poder fazer. Que tristeza não enxergar a mão da justiça, punindo crimes tão ediondos.
A banalidade se confunde com o mal caratismo que se tornou síntese relevante nas posturas políticas em nosso país, na certeza absoluta daqueles que se transvestem destas vestes de que nada os afetará, já que crimes contra o patrimônio púlico, praticados por políticos de qualquer natureza, recebem de nossa justiça toda a tolerância de uma mãe protetora.
Em contra partida, nada, absolutamente nada, é oferecido como proteção ao povo, ficando o dinheiro, as saidas jurídicas e a pouca memória do povo, como escudos para a promiscuidade que hora predomina.
E aí, como ficar inspirada a escrever se cada vez menos existem criaturas para ler?
Presencio muitos horrores perante aos céus e fico me perguntando se nas igrejas, também não se deveria oferecer a cada seguidor doses de amor próprio e respeito por si mesmo, a fim de prepará-lo a não ter que aceitar passivamente esta convivência tão desastrosa para o tudo que o cerca. Afinal, hoje em dia, tem mais pessoas frequentando igrejas que salas de aula.Talvez assim, DEUS se apresentasse mais expressivamente em prol de um bem comum, unindo IRMÃOS em favor de IRMÃOS.
Bem, não é sem propósitos este meu comentário, afinal, Itaparica é uma minúscula cidade e em quase todas as esquinas é possível ver-se uma igreja, centro espírita ou terreiro, e meu Deus!, a cada dia, as pessoas estão mais arredias, pouco solidárias e desinteressadas nos bens comuns, em um apartaid muito perigoso, que tem tirado o que de melhor pode existir em um convívio de uma cidade do interior, que é justo a sensação de bem estar. Quanto mais se louva, mais a violência, a intolerância e a banalidade crescem, e isto é para se pensar, talvez se aliar às preces uma dose constante de humildade, buscando no Jesus amoroso a compreensão e a sabedoria do convívio harmonioso, provavelmente poder-se-á encontrar-se um dia mais respeito e irmandade.
Nossa!!!!… para quem não tinha o que escrever, palpitei demais. Que bom, pois isto vem provar que mesmo cansada e sem inspiração, ainda possuo interesse suficiente para observar tudo quanto me rodeia.
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ResponderExcluirÉ ñ pode parar eu estáva esperando uma postagem a dias, já ia ligar cobrando !
ResponderExcluirhj é normal o abandono de valores
as pessoas se prendem a crenças e se esquecem da atitude, q é o maior diferencial.
e buscam em religiões algo deveriam buscar dentro de sí .......
bjão Regina