sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
APENAS UM SONHO E NADA MAIS
A polivalência emocional, que nos garante um vasto campo a ser explorado, é apenas um ítem deste nosso ilimitado campo de potencialidades. Talvez, creio eu, que a capacidade em sonhar com os olhos bem abertos seja a mais rica e volumosa das nossas capacidades criativas, levando-me particularmente a mundos imaginários e a situações absolutamente singulares, abrindo, portanto, leques sempre coloridos que fazem, de alguma forma, o cotidiano não me parecer assim, em dados momentos, um pouco massante, repetitivo e, por que não, monótono.
Fico me perguntando se de verdade precisamos dos sonhos, se não seria mais lógico e sensato ater-nos tão somente à crua realidade, buscando o colorido dos sonhos, justo no aqui agora, no pega pra capar de cada momento.
Entretanto, será esta uma ação possível?
Há quem diga que sim, se aliar-se a esta, digamos experiência, o apoio de alguma seita ou religião, para dela fazer ponte de ligação entre o real e o supostamente ideal. Creio, no entanto, que agindo assim, de uma forma camuflada, continua-se buscando os sonhos para se justificar um cotidiano que se apresenta, no minimo, pobre e sem pespectivas.
O que se conclui que, de um jeito ou de outro, o ser humano sempre está buscando uma válvula de escape para deixar escoar seus acúmulos aflitivos, seus senões vivenciais. Portanto, minha tese não é assim tão estapafúrdia, se pensarmos que comprando entradas pro céu ou pincelando a vida de olhos bem abertos e a mente em mil aventuras somos capazes de emprestar ao universo o que possuimos de melhor, que é justo nossas vibrações em instantes de profundo bem querer a nós mesmos.
E aí, se nos alisamos, buscando compensações através de um carinho pessoal em nos permitir querer ser ou ter, certamente, nestes instantes, também permitimos que o alheio que nos cerca receba esta energia amorosa em uma troca singela, silenciosa, mas eficaz.
Hoje, dia primeiro de janeiro, é feriado, mas muitos trabalham, assim como eu, afinal nem tudo pode estar fechado. Aqui em Itaparica, o sol está chamando, venha, venha para a praia. Como não posso, ao invés de me lamentar ou sofrer, sonho através de meus escritos, não observando o tempo passando que, pelo amor de Deus, como todo mundo eu gostaria de o estar vivenciando junto as águas mornas de minha Ponta de Areia, vez por outra sorvendo um coco gelado lá da barraca do China. Que coisa , Heim?!
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