Choro,
deixando as lágrimas banharem minha face despudoradamente ao pensar nos
horrores que acontecem e com os quais a banalidade se apoderou sem qualquer
resquício de piedade.
Choro sem
desespero, atribuindo a cada gota de lágrima toda uma frustação por me sentir
impotente, solitária, como se este entendimento sofrido não encontrasse eco em
tantas outras mentes que é possível imaginar absorvidas por este sistema louco
que, passo a passo, as aprisionam nesta roda viva do politicamente correto que,
mais que ampará-las, as destroem, restando a elas, tão somente, o acúmulo de
coisas, não sobrando lugar confortável para os sentimentos há muito flagelados
em emoções, sequer percebidas, quanto mais controladas.
Ninguém
entende ou procura entender verdadeiramente nada e ninguém, tudo passa a ser
momentâneo, sem maiores vínculos, numa correria incompreensível a lugar algum.
Imposições
que se amparam em novas leis, ideologias que substituíram a razão, destruindo a
olhos vistos qualquer equilíbrio.
Separatismo
que divide e enfraquece o bendito amor, cola sagrada que congrega a vida através
da sua humanidade.
Choro e
deixo escoar através das lágrimas as dores do mundo que pesam a minha alma,
mente e corpo, onde reside o entendimento, mas também a solidão.
Choro na
esperança de lavar o mundo, minha alma e o que me resta a viver.
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