Até mesmo
gente como eu, que desde muito cedo optou em ser durona, em dado momento, tudo
que deseja é encontrar um ombro amigo para simplesmente chorar e aí, passa um
filme acelerado sem som, apenas imagens de amigos, conhecidos e parentes, sem
que haja, uma pausa sequer para escolher, um só ombro para chorar.
As lágrimas
desaguam sem pedir licença e muito menos abre espaço para lamentações, talvez
há muito represadas, rompem o dique e tão somente, me inundam.
Lembro então
de uma observação feita por meu pai, no auge de seus 86 anos, quando o
surpreendi, chorando, solitário na poltrona da sala.
-“Choro pelo
mundo, pelo muito já vivido e pelo pouco que consegui alterar. Choro de
tristeza e alegria, choro pela vida que sinto me abandonar. ”
E assim estou
chorando...
Pelo mundo
que curiosa quis um dia compreender.
Chorando
pelo pouco que também, consegui alterar.
Chorando
pelo meu tempo que safado, insiste em terminar.
E pensar que
como sonhadora, quero ainda muito nesta vida realizar.
Ah! Como eu
gostaria de um ombro amigo, apenas para chorar...
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