quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

SORVETE DERRETIDO


Costumamos dizer:
- “Vou eliminar fulano(a) de minha vida”, como se fôssemos os únicos a desejarem esta proeza, descartando qualquer possibilidade do outro(a), estar com a mesma intenção em relação a nós.
Ledo engano quando, acreditamos sermos os únicos que já não aguentamos mais a relação, afinal, o desgaste é mútuo em qualquer circunstância. O que pode ocorrer é que por inimagináveis razões, um lado se adianta na colocação de um ponto final. 
Também existem aqueles, que mesmo insatisfeitos, vão seguindo em frente, não sem constantes lamentações e não se pode esquecer de outros que mesmo infelizes, insistem numa continuidade, pois não podem admitir a perda ou derrota da relação.
Bom seria se fôssemos mais atentos e não deixássemos entrar em nossas vidas pessoas, tão somente, pelas razões fúteis de quase sempre, até porque, muitas ao entrarem, deixam as portas das suas vidas bem fechadas para nós. Geralmente, são invasivas com suas presenças marcantes, seja pela beleza, simpatia, generosidade etc., e tal, são criaturas de alguma forma fascinantes e que nos acenam, justo com o que mais desejamos naquele instante.
Afinal, uma relação é sempre uma possibilidade, pois não existe e muito menos se desenvolve algo entre duas pessoas, onde algum interesse não esteja presente. E isto, não é nada ruim, pois é assim que as relações se desenvolvem e os sentimentos produtivos acontecem, seja no campo amoroso ou profissional.
O que nos falta é a devida observância, pois somos tão inseguros e necessitados de alguma coisa que preencha o nosso vazio interior ou até mesmo do bolso, que nos atiramos como aventureiros irresponsáveis, tão logo, encontramos um aceno convidativo.
E aí, nem tudo são flores e o tempo que as vezes pode ser bem rápido, deixa aflorar a nossa decepção que geralmente, não é unilateral e o bom, agradável e que muito prometia, vai se derretendo como um sorvete no calor intenso, restando muitas vezes, apenas a lambança que incomoda e faz sofrer.
Está certo, escrevi bonito, mas e daí?
Como não entrar numa furada ou pelo menos, sair dela sem tantos arranhões?
Bem como sou uma apaixonada de plantão, impulsiva sem correção e entusiasmada por natureza, lhes digo, sem qualquer cerimônia, que não tenho a receita que seja capaz de acabar com as delícias dos riscos de qualquer relacionamento e que mesmo que tivesse, jamais contaria ou até mesmo, colocaria em prática na minha vida, afinal, viver é antes de tudo, estar aberto, disponível e sempre disposto a vencer os naturais desafios.
E se o sorvete derreteu e lambuzou a sua vida, lave-a com água e sabão e se for o caso, transforme em moedas o seu adeus, pois é sempre muito barato, livrar-se de um engano, mas jamais permita que seja lá quem for, determina a qualidade dos seus instantes presentes, pois são únicos e insubstituíveis.
Que o dia de hoje, não seja de lamúrias, apenas de liberdade, abrindo espaço para novas perspectivas.



Um comentário:

“VIRADA DA PORRA”

Esta é a expressão que mais tenho ouvido desde que vim morar na Bahia. Depois de anos, esta e outras expressões, já não me causam estranheza...