Costumamos
dizer:
- “Vou
eliminar fulano(a) de minha vida”, como se fôssemos os únicos a desejarem esta
proeza, descartando qualquer possibilidade do outro(a), estar com a mesma
intenção em relação a nós.
Ledo engano
quando, acreditamos sermos os únicos que já não aguentamos mais a relação,
afinal, o desgaste é mútuo em qualquer circunstância. O que pode ocorrer é que
por inimagináveis razões, um lado se adianta na colocação de um ponto final.
Também existem aqueles, que mesmo insatisfeitos, vão seguindo em frente, não
sem constantes lamentações e não se pode esquecer de outros que mesmo infelizes,
insistem numa continuidade, pois não podem admitir a perda ou derrota da
relação.
Bom seria se
fôssemos mais atentos e não deixássemos entrar em nossas vidas pessoas, tão
somente, pelas razões fúteis de quase sempre, até porque, muitas ao entrarem,
deixam as portas das suas vidas bem fechadas para nós. Geralmente, são
invasivas com suas presenças marcantes, seja pela beleza, simpatia, generosidade
etc., e tal, são criaturas de alguma forma fascinantes e que nos acenam, justo
com o que mais desejamos naquele instante.
Afinal, uma
relação é sempre uma possibilidade, pois não existe e muito menos se desenvolve
algo entre duas pessoas, onde algum interesse não esteja presente. E isto, não
é nada ruim, pois é assim que as relações se desenvolvem e os sentimentos
produtivos acontecem, seja no campo amoroso ou profissional.
O que nos
falta é a devida observância, pois somos tão inseguros e necessitados de alguma
coisa que preencha o nosso vazio interior ou até mesmo do bolso, que nos
atiramos como aventureiros irresponsáveis, tão logo, encontramos um aceno
convidativo.
E aí, nem
tudo são flores e o tempo que as vezes pode ser bem rápido, deixa aflorar a
nossa decepção que geralmente, não é unilateral e o bom, agradável e que muito
prometia, vai se derretendo como um sorvete no calor intenso, restando muitas
vezes, apenas a lambança que incomoda e faz sofrer.
Está certo,
escrevi bonito, mas e daí?
Como não
entrar numa furada ou pelo menos, sair dela sem tantos arranhões?
Bem como sou
uma apaixonada de plantão, impulsiva sem correção e entusiasmada por natureza,
lhes digo, sem qualquer cerimônia, que não tenho a receita que seja capaz de
acabar com as delícias dos riscos de qualquer relacionamento e que mesmo que
tivesse, jamais contaria ou até mesmo, colocaria em prática na minha vida,
afinal, viver é antes de tudo, estar aberto, disponível e sempre disposto a
vencer os naturais desafios.
E se o
sorvete derreteu e lambuzou a sua vida, lave-a com água e sabão e se for o
caso, transforme em moedas o seu adeus, pois é sempre muito barato, livrar-se
de um engano, mas jamais permita que seja lá quem for, determina a qualidade
dos seus instantes presentes, pois são únicos e insubstituíveis.
Que o dia de
hoje, não seja de lamúrias, apenas de liberdade, abrindo espaço para novas
perspectivas.
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