domingo, 25 de fevereiro de 2018

O FASCÍNIO DE DEUS


Hábitos saudáveis e prazerosos precisam ser cultivados porque justificam a qualidade de nossas vidas.
Eles podem ser físicos ou mentais, mas se houver uma junção destes fatores, aí, tudo fica perfeito e ficamos expostos à    verdadeiras surpresas, tanto positivas como negativas, que o acaso pode nos oferecer, todavia, sempre enriquecedores em reforço de aprendizado, já que somos muito dispersos em se tratando de armazenar ensinamentos, pois vez por outra, lá estamos, cometendo a mesma infração, geralmente atingindo bem mais a nós mesmos do que aos demais, pois é pura ilusão acharmos que o inferno pessoal é terreno possível de ser visitado só depois da morte.
Bem, este preâmbulo filosófico, mas de cunho empírico, é só para deixar registrado que, se por um lado, presenciei um espetáculo degradante de posturas totalmente em dicotomia com o cenário da orla de Itaparica, por outro, pouco mais tarde, enquanto descansávamos no banco em frente à Praça da Quitanda, ouvi uma voz infantil, próximo a nós, dizendo apressadamente:
- Vem logo, vem ver, vem logo ver! ...
Deduzi que aquele menino, de cerca de 8/ 9 anos, desejava me mostrar algo que certamente o encantava, devido ao tom de seu chamamento, além de não desviar os olhos do mar, que naquele horário era apenas iluminado pelo fraco poste de luz e a tímida lua.
Seu bracinho direito, freneticamente, sacudia seu indicador, apontando para mim alguns siris agitados e uma passiva estrela do mar que repousava sobre uma pequena pedra, nas águas translúcidas da maré baixa.
Deixei de olhar o mar para fixar o rostinho daquela criança, certamente, oriunda de alguma cidade sem mar e deliciei-me com a candura de sua enorme descoberta, e por alguns instantes, me senti na presença de Deus, transfigurado na figura pura e ingênua de um apenas menino.
Estou sempre atenta, pois o DEUS e o DIABO estão sempre nos rondando e é preciso sensibilidade para reconhece-los, separando o joio do trigo, enxergando, acima de tudo, a vida no seu permanente fascínio.

E o nosso sábado foi, simplesmente, fascinante.

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