Percebo que
de uns anos para cá, cada notícia possível de se tomar conhecimento através dos
meios de comunicação, suscitam nas pessoas reações fabulosas, já que cada uma,
de repente, tem opinião formada e se torna incrivelmente especialista no
assunto, que pode variar absurdamente entre a qualidade dos sons atuais de
músicas e cantores, ao desempenho de Procuradores e Juízes, isto sem falar da
economia, previdência, futebol, guerras internacionais, direitos humanos, assim
como discursam sobre ética e política como se fossem PHD, tudo a depender da
manchete do dia.
Isso se por
um lado é maravilhoso, pois de alguma forma aprende-se e ensina-se, por outro,
tornou-se um espelho sem retoques da realidade do que nos tornamos como
cidadãos de um país perdido em meio ao seu próprio caos.
Pensa-se
Brasil, propõe-se soluções, acreditando-se conhecer as raízes profundas da
origem de cada problema e até sabemos a solução, de preferência apaixonadamente
partidária, mas não nos sentimos capacitados para cuidar de nossas cidades,
bairros e ruas e, até mesmo, de vidas particulares, já que grande parte dos
problemas do Brasil advém de pessoas mal informadas em todos os níveis, que
sistematicamente, deixam-se levar por
ilusões disseminadas em palanques ou, o que é pior, agindo egoisticamente em
relação ao seu assunto pessoal, desconsiderando o tudo mais de todos os níveis,
mas que representa o coletivo, caminho único de solução para se construir
civilizações decentes com requintes de humanidade.
Defendemos
ou atacamos sem qualquer maior intenção que não seja a solução do que cremos
ser o melhor para cada um de nós, e nisto, verdadeiramente, sem hipocrisia não
adentra o vizinho. Quem sabe um dia, sejamos capazes de compreender que
andorinha sozinha não faz verão e que é preciso unir forças para quebrar paradigmas
velhos e corroídos, buscando em primeiro lugar, arrumar a própria casa,
olhando, pensando e agindo em todas as áreas, buscando entendimento do porque
nossas vidas saíram do rumo, permitindo com o nosso silêncio de cumplicidade a
derrocada dos valores éticos e morais, certamente não perfeitos, mas que
continham os excessos de todas as naturezas e, concomitantemente, regrando
nossa economia doméstica, buscando soluções práticas e reais às nossas
realidades, assim como, legitimamente amparados no voto oferecido, cobrar ações
efetivas e não apenas discursivas dos nossos tão próximos vereadores,
comandantes, delegados, juízes, promotores e Prefeitos, atitudes coerentes a
seus cargos e responsabilidades, e aí sim, lembrando-os a cada instante que são
funcionários e não celebridades e que, como tal, devem baixar as cristas e realizarem
o que são rigorosamente bem pagos para fazer.
Concluo que
é mais fácil olhar para o céu para não enxergar a terra lamacenta que pisamos e
que, certamente, continuaremos a pisar, justo por sermos um povo metido a
entendido nisto ou naquilo, mas absolutamente vazio de conteúdo e muito menos portadores
do bendito senso avaliativo.
Agora, a
intervenção militar é o buchicho da hora, e enquanto isso nosso terreno fica
sem varrer e nossas autoridades, chiques e importantes, deitam no berço esplêndido
de nossa própria ignorância social.
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