segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Afinal, o que se quer?


Percebo que de uns anos para cá, cada notícia possível de se tomar conhecimento através dos meios de comunicação, suscitam nas pessoas reações fabulosas, já que cada uma, de repente, tem opinião formada e se torna incrivelmente especialista no assunto, que pode variar absurdamente entre a qualidade dos sons atuais de músicas e cantores, ao desempenho de Procuradores e Juízes, isto sem falar da economia, previdência, futebol, guerras internacionais, direitos humanos, assim como discursam sobre ética e política como se fossem PHD, tudo a depender da manchete do dia.
Isso se por um lado é maravilhoso, pois de alguma forma aprende-se e ensina-se, por outro, tornou-se um espelho sem retoques da realidade do que nos tornamos como cidadãos de um país perdido em meio ao seu próprio caos.
Pensa-se Brasil, propõe-se soluções, acreditando-se conhecer as raízes profundas da origem de cada problema e até sabemos a solução, de preferência apaixonadamente partidária, mas não nos sentimos capacitados para cuidar de nossas cidades, bairros e ruas e, até mesmo, de vidas particulares, já que grande parte dos problemas do Brasil advém de pessoas mal informadas em todos os níveis, que sistematicamente, deixam-se  levar por ilusões disseminadas em palanques ou, o que é pior, agindo egoisticamente em relação ao seu assunto pessoal, desconsiderando o tudo mais de todos os níveis, mas que representa o coletivo, caminho único de solução para se construir civilizações decentes com requintes de humanidade.
Defendemos ou atacamos sem qualquer maior intenção que não seja a solução do que cremos ser o melhor para cada um de nós, e nisto, verdadeiramente, sem hipocrisia não adentra o vizinho. Quem sabe um dia, sejamos capazes de compreender que andorinha sozinha não faz verão e que é preciso unir forças para quebrar paradigmas velhos e corroídos, buscando em primeiro lugar, arrumar a própria casa, olhando, pensando e agindo em todas as áreas, buscando entendimento do porque nossas vidas saíram do rumo, permitindo com o nosso silêncio de cumplicidade a derrocada dos valores éticos e morais, certamente não perfeitos, mas que continham os excessos de todas as naturezas e, concomitantemente, regrando nossa economia doméstica, buscando soluções práticas e reais às nossas realidades, assim como, legitimamente amparados no voto oferecido, cobrar ações efetivas e não apenas discursivas dos nossos tão próximos vereadores, comandantes, delegados, juízes, promotores e Prefeitos, atitudes coerentes a seus cargos e responsabilidades, e aí sim, lembrando-os a cada instante que são funcionários e não celebridades e que, como tal, devem baixar as cristas e realizarem o que são rigorosamente bem pagos para fazer.
Concluo que é mais fácil olhar para o céu para não enxergar a terra lamacenta que pisamos e que, certamente, continuaremos a pisar, justo por sermos um povo metido a entendido nisto ou naquilo, mas absolutamente vazio de conteúdo e muito menos portadores do bendito senso avaliativo.

Agora, a intervenção militar é o buchicho da hora, e enquanto isso nosso terreno fica sem varrer e nossas autoridades, chiques e importantes, deitam no berço esplêndido de nossa própria ignorância social.

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