sexta-feira, 22 de setembro de 2017

QUE VENHA O MELHOR


O bucólico nos serve de boas lembranças de um tempo que não se encaixa mais em meio ao movimento natural do desenvolvimento do sistema social que nós mesmos fomos construindo ao longo dos tempos.
É sempre bom pensar, como forma de consolo, que somos capazes de frear o crescimento que nem sempre nos parece lento, mas se observarmos a história da humanidade, esta ideia se perde frente à lentidão evolutiva.
Os mais resistentes fincam os pés nos freios numa tentativa infrutífera de impedir um crescimento que a cada década se faz mais e mais necessário, mas tem o seu valor indiscutível, pois força as discussões e as consequentes avaliações, tão necessárias.
A Ilha que conheci há 15 anos quando aqui cheguei, não é a mesma de hoje em dia e não será igual daqui a algum tempo, e isto não precisa ser ruim se estivermos participando na seleção das opções.
Mas enquanto mantivermos os braços cruzados, só enxergando entraves, revelando um atavismo sem sentido ao bem comum, certamente continuaremos entregando nem sempre ao adequado o nosso próprio destino.
Uma vez que a porteira do progresso foi aberta, não é mais possível frear-se a manada, tudo que podemos fazer é ordenar o destino da mesma, com muito trabalho de equipe e muita determinação individual
A chegada de grandes comércios à cidade não pode ser encarado como destruição dos comércios menores, mas sim como o início de uma nova realidade, pois atrás desta, virão outras, abrindo espaço para uma legião de empregos que, certamente, darão aos jovens suas primeiras oportunidades em permanecer em sua própria terra, sem precisarem migrar em busca de sustentabilidade pessoal.
Portanto, abraçar o inevitável progresso não precisa ser doloroso, mas exige de todos os envolvidos muita participação para que venha chegando sem maiores atropelos e sem soterrar as nossas histórias, permitindo-nos preservar o intocável, mantendo o espaço para as lembranças gostosas do bucólico que jamais se perderão em nossas mentes.
Na realidade, queremos acompanhar o progresso sem que nada se altere ao nosso redor e isto, bem sabemos, que é pura utopia.
Que venha o melhor possível, no aqui e agora.


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