Uma coisa é
uma coisa e outra coisa é outra coisa. Em se tratando de
tudo que parece, mas não é.
Pois é, foi
assim na premiação das barracas na festa de São João de Itaparica.
Até eu,
acostumada que sou em aterme ao cerne das questões, deixei-me lograr pelo
aparente óbvio e inadvertidamente, coloquei-me a defender a barraca que
aparentemente deveria ganhar, já que inegavelmente, foi a mais equipada,
estruturada e abastecida de uma variedade múltipla de guloseimas nordestinas e,
por conseguinte juninas.
Todavia, esqueci-me
de observar o objetivo do concurso, avaliando tão somente, os aparatos
completos de uma bem instalada lanchonete.
Essa não era
a questão. Dever-se-ia julgar a criatividade e a gastronomia.
Daí a
vencedora ter sido aquela que apresentou de forma despojada, toda a
simplicidade das autênticas festas juninas nos interiores deste nordeste rico
de gente bonita e feliz, mesmo frente as inúmeras diversidades.
Outra
característica foi o acolhimento que a mesma ofereceu através de seu
idealizador que com o seu constante sorriso e cordialidade, fotografava a todos
em seu interior, destacando-os como visitantes absolutamente especiais.
Os quitutes
juninos foram dispostos em vasilhames de barro, expressando a simplicidade natural
do nordestino, não dispensando, no entanto, a fartura dos comes e bebes.
A decoração
da barraca aparentemente vazia, sem grandes aparatos, refletia o aconchego dos
encontros animados de amigos e familiares. Confirmando assim, a tônica da festa
que buscou preservar o calor humano, onde a segurança, a fartura e o
acolhimento deveriam predominar.
Colorida e
deixando passar pelas paredes de bambus finos, o negro estrelado do universo, o
amigo Rogério Santana, cumpriu o seu objetivo de levar para a Praça do Mercado
a originalidade de um tema simples por natureza, que são as festas Juninas,
assim como complexa na riqueza emocional que representa para a cultura
brasileira.
Parabéns aos
dois participantes, mas principalmente para nós que pudemos usufruir da
grandeza do esforço de ambas na elaboração e apresentação de suas barracas
Juninas.
Penso então,
que são tantas as inversões com as quais convivemos que até nos confundimos ao
analisarmos o apenas belo.
Simples
assim...
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