EU QUERIA
TANTO
Poder em
meus momentos de aflição, tristeza ou solidão, ter um Deus Divino no qual eu
pudesse me refugiar, buscando explicações para os meus desencantos de pessoa
humana.
Eu queria
tanto acreditar, mas eu não consigo, minha mente alucinada por este universo
imenso e misterioso, direciona meus entendimentos a outra dimensão,
transformando a minha vida, no poder maior de minhas soluções.
Eu queria
tanto, justo para não me sentir deslocada, fora do lugar comum, como uma
solitária árvore em meio a uma planície, dependendo, tão somente, de minhas
decisões, amparando-me unicamente nas minhas forças, como se raízes profundas e
resistentes eu tivesse para sustentar-me de pé.
Eu queria
tanto crer mais do que vejo e sinto, queria o lúdico, o plainar de minha
liberdade deixando as causas e os efeitos sob a responsabilidade de outrem e
não apenas de mim.
Eu queria
tanto uma pequena parcela desta muleta Divina, mas não consigo, restando-me apenas
a dureza de minha própria realidade de ser um ser descrente do mais além, do
intangível, do não visível.
Eu queria
tanto, na tristeza ou na alegria comunicar-me contigo, gritar o teu nome, ajoelhar-me
a teus pés, tirando de mim o peso constante dos louros ou das culpas, mas não
te encontro em minhas buscas, só me deparo com a vida em toda a sua pujança.
Eu queria tanto
ao menos te dizer obrigada por me sentir tão plena, como uma ínfima partícula
deste teu universo.
Mas
infelizmente, não consigo e, nesta caminhada sem poder em ti me apoiar, delicio-me
com as flores e com os frutos, com as cores e com os aromas e sabores, mergulhando
nos mistérios da criação perfeita de todas as vidas, como se em cada uma, eu te
encontrasse.
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