A tarde está
se despedindo e os pássaros mais tranquilos, se despedem também deste dia
ensolarado ao som de seus variados cantos e eu, cá estou com os meus cãezinhos,
ainda me recuperando da recente perda de minha querida amiga e naturalmente,
sou levada a refletir sobre minha própria vida.
Como os
pássaros, levanto voo e rumo aos anos passados e inevitavelmente, penso no
quanto permaneci na transgressão do sistema, não abrindo mão do resguardo da minha
liberdade em ser e pensar por mim mesma, sempre também disposta a pagar o preço
que o sistema hipócrita, não tem escrúpulo em cobrar.
Fugi da
camuflagem que estão sujeitos os
sentimentos e emoções, justo para não ter que fugir de mim mesma, como já ainda
muito jovem, observava nas pessoas a minha volta e, por pura intuição, sentia
que precisava me defender de tudo que me parecia totalmente destoante e,
confesso nem sempre foi fácil, mas também admito que, só valeu a pena
rebelar-me contra rótulos e preceitos, absolutamente contrários a minha
natureza livre, o que em momento algum se transformou em libertinagem, pois
onde reside o entendimento da importância da vida, não há lugar para a falta de
senso da também importância de si mesmo, mas também é claro, tudo por total
intuição, pois a conscientização veio através das experiências cotidianas,
assim como a certeza de que jamais serei capaz de assimilar qualquer modelo
ideal de vivência, reservando-me apenas, o leve fardo.
A noite já
chegou e os grilos substituem os pássaros, nesta festa contínua que é viver.
Para você que
me lê, “eu desejo um sopro do criador,
numa atitude repleta de amor”, pois para ele, “a vida é viver”.
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