sexta-feira, 22 de março de 2013

QUEM VAI SABER...


Penso desde sempre no quanto somos capazes de produzir e conquistar com toda esta capacidade física e mental com a qual fomos abastecidos sem qualquer restrição pré-determinada na construção de nossos desejos que inspiram sentimentos e estes emoções.
Penso nesta cadeia de elos neurônicos que se unem na elaboração de perfis absolutamente individuais, tais como os genes que formam o nosso DNA, tornando-nos únicos e incomensuravelmente sós e responsáveis por nossas opções.
Todavia, seria também esta uma verdade, onde não cabem dúvidas?
Seria justo, imputarmos somente a nós a responsabilidade das nossas escolhas se vivemos desde sempre atrelados a um sistema vivencial, repleto de informações que fatalmente nos direciona a este ou aquele rumo?
Seria prudente filosofar sobre escolhas pessoais, sem que cheguemos ao cerne da questão, onde já é possível ter-se certa precisão, do início em que começamos a ser influenciados?
Afinal, onde residiria toda a nossa herança genética física e emocional, neste complexo e fabuloso corpo que denominamos de humano?
E como armazenaríamos o manancial inesgotável de informações que nos é repassado desde a fabulosa fecundação?
Penso que, como seres vivos que pensam, somos grandiosos estrategistas, afinal, somos capazes de acomodar todas as informações que nos chegam de universos diferenciados e em sua maioria desordenadas em uma estrutura mental e física que precisa de  toda uma existência para ir se formando e adaptando a um mundo e a situações totalmente adversas a si próprio.
Agora, deduzir-se que, além de tudo, somos possuidores de autonomia suficiente para selecionar com precisão irretocável e, ainda por cima, filtrar e finalmente armazenar o que nos é afim sem que haja qualquer influência externa, crendo em nossa absoluta isenção, bem, neste caso, residem todos os casos que caracterizam o ser humano como uma caixa de pandora, onde nem ele mesmo tem coragem de abrir, pois teme o que irá verdadeiramente encontrar.
Mas, será que conseguiria identificar como real tudo que porventura encontrasse?
Ou apenas, teme encontrar o resultado da miscelânea que foi absorvendo ao longo de sua jornada, além da sua natureza crua e nua, sem qualquer camuflagem?
Será que somos sempre de origem pura, tipo folha em branco a ser escrita ou já trazemos um histórico básico que ao se fundir com as novas informações que chegam e, então, traçam perfis identificatórios?
Penso que já trazemos nossa própria bagagem que ao se fundir com as informações descontroladas que chegam a cada milionésimo de segundo, criam verdadeiros caos existenciais, alegria dos psiquiatras e psicólogos, gurus e etc. e tal.
Aliás, o etc. e tal, nem sempre capaz de ser devidamente identificado é o que mais pode ser encontrado no mercado das soluções midiáticas. Eles estão sempre com uma solução imediata e definitiva para socorrer o incauto que perdido se encontra em meio ao turbilhão de informações que seu físico e sua mente, já não conseguem processar.
E em meio a tantas inerências, fazer o quê, não é mesmo?
Um socorrinho aqui, outro ali e vamos tocando a vida, agarrando-nos a qualquer tábua que nos garanta sobrevivência e enquanto isto, trabalhamos, beijamos, amamos, fazemos e trazemos ao mundo mais seres que se tornarão também confusos, mas estaremos todos vivendo em um ciclo ininterrupto de vida que particularmente, gosto que tenha liberdade para no mínimo, amanhecer o dia como faço agora, escrevendo abobrinhas que aliás, tem o meu mais autêntico perfil.
Será isto verdade?
Quem vai saber...

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