Hoje acordei
estranha, pensando na vida que tenho levado, nos meus sentimentos e na
serenidade que tenho percebido em mim, frente àquelas situações, às vezes
desagradáveis.
Todavia,
tenho observado que para cada ação, minha reação tem sido também mais suavizada
e fico então me perguntando, se isto vem ocorrendo por causa da idade ou pelo
acúmulo de experiências, tipo:
- Eu já
passei por isso...
Seja lá por
que motivo, a realidade é que tenho a sensação de já ter experimentado algo no
mínimo parecido.
Concluo,
portanto, que somos criaturinhas que pouco ainda exploramos o campo da diversidade
criativa, permanecendo na mesmice comportamental, deixando os extremos como
diferencial, que ainda assim, são desprovidos de originalidade.
Talvez, por
esta ou outra razão que me seja ainda desconhecida, fui mesmo que inconscientemente,
me preservando e preservando também os demais, na medida em que evito conflitos
e embates, pois lá no fundo de minha lógica consciente, algo me diz não ser
original.
E se não o
é, nada aprenderei ou acrescentarei em meu percurso existencial e como sou
egocêntrica na minha busca de conhecimentos, principalmente em se tratando das
posturas e emoções humanas, suavizo e deixo-a passar como se fossem marolas que
logo se desfazem, esparramando-se nas areias em um ciclo maravilhoso do vir do
mar e do sorver das areias em um espetáculo que me prendeu a atenção quando
criança e que ainda hoje, me serve de parâmetros vivenciais.
O mar beija
a areia e esta o absorve imutável, independentemente dele estar calmo ou agitado,
moldando-se apenas as marés em recuos adaptativos que alteram a geografia da
praia, sem que jamais se permita alterar o contexto de si própria, forçando
assim, com o silêncio de sua tenacidade, o inconstante mar, a ir bater-se nos
rochedos, dia e noite sem parar.
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