Hoje é um domingo ensolarado e eu me recusei a sair deste
meu cantinho, onde tenho como companhia meus pássaros e meus cães.
Por quê?
Bem..., não sou muito de sair e, depois, preciso pensar um
pouco mais sobre o assunto que mais me fascina, que é a convivência humana,
principalmente a daqui de Itaparica que, afinal, é a minha outra grande paixão.
É impossível, conhecer-se as criaturas em suas grandezas e mediocridades,
sem que com elas convivamos bem de perto, observando suas ações e reações,
frente a situações diversas, respeitando nesta busca de conhecimento, o fator
cultural do qual ela está ou esteve inserida, não desconsiderando os efeitos
que esta cultura exerceu sobre ela, inclusive, pesquisando o tempo em que ela
permaneceu neste contexto.
Penso então, fazendo um link, que se fossemos devidamente
educados quanto à nossa capacidade observatória e se dispuséssemos de subsídios
que nos permitisse traçar uma avaliação mais coerentemente lógica,
provavelmente, erraríamos menos em nossas escolhas no tocante a quaisquer
aspectos da busca mais que necessária de convivência.
Mas não somos e é exatamente aí que tudo se complica e se
pensarmos sem emoções, reconheceremos que até mesmo nosso desempenho nunca foi
assim tão ruim, pois com nosso imenso desconhecimento, éramos para estar por
todo o tempo em arenas degladiando.
Se bem que existe uma parcela da humanidade que nasce e
morre fazendo de si e dos outros, armas mortais.
É tão ilógica a ideia de pessoas que se conhecem desde
sempre, se odiarem.
Muitos dirão que a vida é assim e que a humanidade por ser
diferente nas suas unidades, se enfrenta na busca incessante de sua identidade.
Trago então esta reflexão para bem próximo de nossa
realidade sistêmica que é justamente a nossa Itaparica.
Impressionante o grau de desavenças que permeiam os
universos dos grupos sociais que existem, alimentando uma discórdia histórica
que o tempo, o acesso a novas descobertas científicas e tecnológicas, a
proximidade da capital e o ingresso mais maciço à educação, não foram capazes
de apaziguar.
Somos responsáveis por nossos atos e escolhas.
Esta é uma conscientização cruel que nos empurra às
desculpas contumazes ou a transferência ao outro da responsabilidade de nossas
ações e reações.
Seria realmente o outro, suficientemente capaz de
ultrapassar as barreiras poderosas de nossa mente racional ao ponto de induzir
nossas posturas, fragilizando-nos ao ponto de tirar de nós a capacidade de autoproteção,
expondo-nos, então, às reações alheias?
Ou seria tão somente um profundo desconhecimento de nós
mesmos, o responsável prioritário desta louca convivência que se imprime em nós
e na forma frágil e pouco saudável com a qual enxergamos e sentimos a vida que
reside em nós?
Não sei se algum dia chegarei a alguma conclusão que
satisfaça tamanha incompreensão. Todavia, continuarei tentando, pois a cada
mergulho que dou neste mar profundo das emoções humanas, emerjo um pouco mais
ciente de minha responsabilidade em preservar meu próprio bem estar, cuidando
amorosamente de meus pensamentos e atitudes, buscando antes de reagir frente ao
que eu classifico de ignorância existencial, um pouco que seja de respeito ao
outro, que se assim está agindo é porque verdadeiramente não se deu ao trabalho
de me conhecer.
Agindo assim, afasto o nefasto impulso de reagir sem pensar,
avaliando a importância do fato em si que, em sua esmagadora maioria, é
bobagem, sem mérito algum.
Pense nisso.
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