Dentre a uma infinidade de
incompreensões que me assaltam por todo o tempo, o fato concreto de me ver
frente a frente com minha própria fragilidade no convívio com gente, ou para
ser mais exata, com certo tipo de gente, com certeza diminuiu e muito, assim
como creio que diminui também nas outras pessoas que, como eu, optam em ser
mais transparentes, o tempo de permanência neste planeta magnífico que chamamos
de terra.
Essa galera, na qual me vejo
inserida, gosta da vida e de vivê-la em toda a sua plenitude, observando os
pássaros, pois os consideramos grandes mestres a nos ministrar ensinamentos
valiosos que, aplicados na prática do cotidiano, podem até em dados momentos surpreender
e até mesmo levar- nos a certa nostalgia
por não estarmos junto a eles, mas com certeza, passados os primeiros
instantes, digamos, de inveja, imediatamente somos invadidos por um misto de
encantamento e lógica de sobrevivência que se torna difícil, dalí em diante, menosprezar
tão sábios e absolutamente simples ensinamentos.
Até mesmo JESUS, em uma de
suas muitas parábolas, referiu-se aos pássaros como exemplos a serem seguidos,
pois compreendeu desde muito cedo os desvirtuamentos que as pessoas imprimiam
em suas posturas pessoais, abalando assim de forma indelével seus corpos e
mentes, concomitantemente ao tudo do todo com os quais conviviam, formando tsunamis de vibrações contaminantes que
alteravam de forma danosa e muitas vezes
irreversível.
E tal qual Jesus, aquele
maluco beleza que mesmo sem a mídia de Duda Mendonça, o escarcéu jornalístico
das emissoras de TV ou qualquer outra intervenção que não fosse a do espírito
humano em ser acolhedor das grandezas que a vida pudesse oferecer, também fui
contaminada desde muito cedo pelos pássaros e por gente, desenvolvendo analogias que fizessem lógica a um conviver
menos doído, mais interessante e amoroso.
Mas
puta que o pariu, que barra!...
Perdoem
a boca suja, mas em certos momentos só mesmo uma palavra feia é capaz de
expressar os nossos sentimentos. Todavia, quem de vez em quando não usa deste
recurso pouco educado?
Hum...
não seja hipócrita.
Mil
vezes, recorro aos pássaros, lembrando naturalmente de Jesus, até mesmo para não
ser invadida a ponto de perder o foco de meus próprios caminhos, diante das
interferências a que inevitavelmente sou bombardeada por todo o tempo.
Enquanto
escrevo, acredite, um minúsculo beija-flor acaba de esbaforidamente invadir esta
sala e, é claro, que mística como sou, já imagino que foi o universo que o
mandou para que eu mude o meu humor.
Entre
a alegria por vê-lo e a imediata preocupação em como fazê-lo sair em segurança,
percebo que algo mudou, então, respiro fundo e pondero que, afinal, as pessoas
são diferentes e, diferentemente dos pássaros, vivem a buscar coisas como
troféus para adornarem suas muitas vezes medíocres vidinhas e que, para tanto, passam
como tratores desgovernados, não estando nem aí para absolutamente nada que não
seja seus próprios interesses, sem perceberem que deixaram para traz um amigo
de verdade.
Então,
num autoconsolo, recorro ao beija-flor, sorrio para ele e penso que, assim como
ele, eu tenho o universo, adornando a minha vida.
Que bom!.... Não é mesmo?!
Nenhum comentário:
Postar um comentário