Esse privilégio só foi
possível auferir, porque dois anos antes um sujeito meio doido ,chamado Ivo
Borges de Lima, professor da Universidade Federal de Brasília, laçou-me do status
de apenas uma esposa e bela mulher, se dando ao trabalho não só de educar-me
profissionalmente, mas principalmente porque enxergou em mim a possibilidade de
ser sua parceira no departamento comercial daquele jornal que estava nascendo
na capital federal.
E com tanta dedicação, os
resultados só poderiam ser magníficos e, em poucos meses, a quase menina sem
qualquer experiência anterior, passou a deter 82% das publicidades inseridas a
partir da primeira edição, colecionando
uma gama variada de clientes que ia dos ministérios, como por exemplo o
da Agricultura, Coelba ,rede de cinemas,
com os quais obtive a minha primeira página diária, até o comércio varejista em
seus vários segmentos, permitindo-me aos 22 anos comprar o primeiro carro com
meus próprios ganhos, um lindo “fuscão” branco e muitas “coisitas” mais que
certamente inflaram minha autoestima.
Entretanto, se ao meu lado não existisse um
marido que, antes de tudo, me tinha como sua amiga e que me incentivou, inclusive,
a vencer as barreiras pessoais da timidez e dos preconceitos, jamais, outro
grande homem, o então deputado Federal Dr. Ricardo Fiuza, presidente do jornal,
teria aberto para mim uma visão mais ampla de liderança de meu caminho profissional que trago com honradez
até os dias atuais.
E aí, eu penso, no quanto me
foi fundamental as benditas parcerias que fui aprendendo a atrair e a conservar
com os adoráveis homens com que tive o prazer de conviver. Ensinaram-me tanto,
praticamente tudo que sei, mas acima de tudo impregnaram em mim o valor do
respeito à capacidade alheia, da lealdade e do senso de bem comum.
Foram sempre grandes
exemplos que me estruturaram para buscar a compreensão para a aceitação e
convívio não menos harmonioso com tantos outros e também tantas outras que de
alguma forma, fosse por preconceito, inveja ou puro hábito de desqualificar outro
alguém, fez-me enfrentar enormes batalhas neste meu caminhar de mulher e
profissional.
Hoje, neste aqui e agora do
outono de minha vida, percebo que mantenho a primavera em tudo que sou, através
de meus sonhos, projetos e idealizações.
Percebo, reconhecendo,
principalmente que nada eu teria sido se lindos, polêmicos, mas grandiosos
homens sem pudores me ensinassem tudo quanto sabiam, enxergando em mim uma
mulher com a possibilidade de ser capaz de, ao lado de cada um deles, ser
sempre uma aprendiza parceira e amiga fiel.
Neste mês de março em que se
comemora o DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES, rendo minhas homenagens a todos os
homens que não se importam de dividir seus espaços conosco, sem pudores e
vaidades, enxergando em nós, criaturas mais que sombras sempre à disposição
para atendê-los.
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