domingo, 11 de março de 2012

MULHERES E PARCEIROS



Já nem me lembro de exatamente se foi em 1972 ou 73 que, como funcionária do Departamento de Publicidade do extinto Diário de Brasília, fui promovida à coordenadora do Departamento de Cadernos Especiais, liderando 25 homens publicitários, alguns inclusive bem mais velhos do que eu e em um tempo e em um ramo profissional em que a mulher se honesta fosse, permanecia em outras atividades.

Esse privilégio só foi possível auferir, porque dois anos antes um sujeito meio doido ,chamado Ivo Borges de Lima, professor da Universidade Federal de Brasília, laçou-me do status de apenas uma esposa e bela mulher, se dando ao trabalho não só de educar-me profissionalmente, mas principalmente porque enxergou em mim a possibilidade de ser sua parceira no departamento comercial daquele jornal que estava nascendo na capital federal.

E com tanta dedicação, os resultados só poderiam ser magníficos e, em poucos meses, a quase menina sem qualquer experiência anterior, passou a deter 82% das publicidades inseridas a partir da primeira edição, colecionando  uma gama variada de clientes que ia dos ministérios, como por exemplo o da  Agricultura, Coelba ,rede de cinemas, com os quais obtive a minha primeira página diária, até o comércio varejista em seus vários segmentos, permitindo-me aos 22 anos comprar o primeiro carro com meus próprios ganhos, um lindo “fuscão” branco e muitas “coisitas” mais que certamente inflaram minha autoestima.

 Entretanto, se ao meu lado não existisse um marido que, antes de tudo, me tinha como sua amiga e que me incentivou, inclusive, a vencer as barreiras pessoais da timidez e dos preconceitos, jamais, outro grande homem, o então deputado Federal Dr. Ricardo Fiuza, presidente do jornal, teria aberto para mim uma visão mais ampla de liderança de meu  caminho profissional que trago com honradez até os dias atuais.

E aí, eu penso, no quanto me foi fundamental as benditas parcerias que fui aprendendo a atrair e a conservar com os adoráveis homens com que tive o prazer de conviver. Ensinaram-me tanto, praticamente tudo que sei, mas acima de tudo impregnaram em mim o valor do respeito à capacidade alheia, da lealdade e do senso de bem comum.

Foram sempre grandes exemplos que me estruturaram para buscar a compreensão para a aceitação e convívio não menos harmonioso com tantos outros e também tantas outras que de alguma forma, fosse por preconceito, inveja ou puro hábito de desqualificar outro alguém, fez-me enfrentar enormes batalhas neste meu caminhar de mulher e profissional.

Hoje, neste aqui e agora do outono de minha vida, percebo que mantenho a primavera em tudo que sou, através de meus sonhos, projetos e idealizações.

Percebo, reconhecendo, principalmente que nada eu teria sido se lindos, polêmicos, mas grandiosos homens sem pudores me ensinassem tudo quanto sabiam, enxergando em mim uma mulher com a possibilidade de ser capaz de, ao lado de cada um deles, ser sempre uma aprendiza parceira e amiga fiel.

Neste mês de março em que se comemora o DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES, rendo minhas homenagens a todos os homens que não se importam de dividir seus espaços conosco, sem pudores e vaidades, enxergando em nós, criaturas mais que sombras sempre à disposição para atendê-los.

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