O dia sequer se firmou nesta já ensolarada manhã e cá estou pensando a respeito do dia D, aonde todos nós, “tupiniquins espertos”, iremos às urnas para, finalmente, oferecer, a um deles (SERRA ou DILMA), o nosso voto.
E como somos espertos e só pensamos no nosso umbigo, logo nos fixaremos naquele que nos empolga por ser mais simpático ou tenha qualquer sinal de familiaridade com o DNA de histórico de procedência genética, tipo nordestino pobre e sofredor, ora DNA de classe média que também se deu muito bem.
E nesta supimpa, eu diria influência de valores, discutimos em qualquer lugar defendendo nossos candidatos, como se soubéssemos de verdade o que estamos argumentando, quando na realidade, como papagaios, repetimos o que ouvimos ou lemos e defendemos somente aquilo que nos beneficia de alguma forma, sem que tenhamos, afora raríssimas exceções, qualquer base real de conhecimento. E poucos, verdadeiramente, possuem conhecimento do que expressam.
Claro que estes raríssimos estão enquadrados naqueles que acompanham todas as tendências por necessidades inerentes à seus trabalhos diários, que são os jornalistas que se tornaram analistas políticos e pesquisadores, que pontuam com suas observações e conclusões tudo quanto somos abastecidos em termos de informações dos bastidores, não sem, no entanto, também serem tendenciosos, daí, a fragilidade em que nos encontramos e a enorme temeridade em discutir aquilo que de verdade desconhecemos.
Atualmente, somos bombardeados dia e noite com escândalos e como nada mais acontece que denote alguma reação de repúdio, muito pelo contrário, pois afinal se nada sei sobre ladroagem do erário, pelo menos ainda posso enxergar a impunidade, e o pior, que é justo o efeito influenciador que tais, digamos, golpistas do dinheiro público, exercem nas criaturas, levando-as ao conformismo, e pior, à banalização, como se todas essas ações, que se tornaram corriqueiras, fossem absolutamente normais e não criminosas, inclusive, levando as criaturas a sonharem com um pedaço deste quinhão.
Cá prá nós, que ninguém escute:
- Hipocrisia a esta hora da manhã, não dá, não é mesmo?
Vai, confessa, você não sente nem que seja uma pontinha de inveja, afinal, todos se dão bem e lá no fundo pensa:
- AH! Quem me dera ter uma boca destas.
E aí, meu caro leitor, pouco a pouco, uma imensa maioria foi sendo contaminada com a inversão escrachada de valores, assim como, também, perdendo a noção exata dos compromissos que estes políticos que, na realidade, são funcionários públicos à serviço da coletividade, pagos por cada um de nós, ao comprarmos qualquer item de nossa sobrevivência pessoal, independentemente de pagarmos o imposto de renda anual, fazendo deles celebridades da roubalheira, exemplos a serem copiados.
Afinal, essa história de que dinheiro não traz felicidade é retórica bonita para quem tem muito e nem desconfia a agonia de se trabalhar dia após dia e nunca se ter o suficiente para alcançar um pouco de dignidade vivencial. Portanto, fica restando a transferência emocional que induz as criaturas a se verem no lugar de seus ídolos, compensação inevitável para se ir levando a vida.
Pois é, em meio a este quadro cru e nu, só resta à galera dos não tem isto, aquilo ou coisa nenhuma do nosso país, votar absolutamente de acordo com as reações automáticas de suas psiques contaminadas. Afinal, tornou-se um barato ser ladrão do dinheiro público, parasita da miséria, assim como tornou-se ambição de muitos também sonhar em ter uma beiradinha.
E aí, de acordo com o posto que o funcionário tenha, rouba-se do chip ao pneu, do cimento ao terreno público, do leite à vida destes votantes ingênuos que passaram a crer por indução da impunidade e silêncio cúmplice da justiça que área pública é tão somente terra de ninguém e que ser preso e chamado de ladrão é Top de linha, iguais aos Masserati e Ferrari que, dizem, terem sido apreendidos no Amapá.
Imaginem, no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, etc, e tal.....
Em meio à tantas informações desastrosas, penso então no quanto é difícil e desestimulador para alguns escolher, ficando as perguntas soltas na mente.
Então, votar em quem, votar pra que?
Ah! Meu Deus, que assunto pesado logo tão cedo.
sábado, 16 de outubro de 2010
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