sábado, 16 de outubro de 2010

LADROAGEM TOP DE LINHA

O dia sequer se firmou nesta já ensolarada manhã e cá estou pensando a respeito do dia D, aonde todos nós, “tupiniquins espertos”, iremos às urnas para, finalmente, oferecer, a um deles (SERRA ou DILMA), o nosso voto.

E como somos espertos e só pensamos no nosso umbigo, logo nos fixaremos naquele que nos empolga por ser mais simpático ou tenha qualquer sinal de familiaridade com o DNA de histórico de procedência genética, tipo nordestino pobre e sofredor, ora DNA de classe média que também se deu muito bem.

E nesta supimpa, eu diria influência de valores, discutimos em qualquer lugar defendendo nossos candidatos, como se soubéssemos de verdade o que estamos argumentando, quando na realidade, como papagaios, repetimos o que ouvimos ou lemos e defendemos somente aquilo que nos beneficia de alguma forma, sem que tenhamos, afora raríssimas exceções, qualquer base real de conhecimento. E poucos, verdadeiramente, possuem conhecimento do que expressam.

Claro que estes raríssimos estão enquadrados naqueles que acompanham todas as tendências por necessidades inerentes à seus trabalhos diários, que são os jornalistas que se tornaram analistas políticos e pesquisadores, que pontuam com suas observações e conclusões tudo quanto somos abastecidos em termos de informações dos bastidores, não sem, no entanto, também serem tendenciosos, daí, a fragilidade em que nos encontramos e a enorme temeridade em discutir aquilo que de verdade desconhecemos.

Atualmente, somos bombardeados dia e noite com escândalos e como nada mais acontece que denote alguma reação de repúdio, muito pelo contrário, pois afinal se nada sei sobre ladroagem do erário, pelo menos ainda posso enxergar a impunidade, e o pior, que é justo o efeito influenciador que tais, digamos, golpistas do dinheiro público, exercem nas criaturas, levando-as ao conformismo, e pior, à banalização, como se todas essas ações, que se tornaram corriqueiras, fossem absolutamente normais e não criminosas, inclusive, levando as criaturas a sonharem com um pedaço deste quinhão.

Cá prá nós, que ninguém escute:

- Hipocrisia a esta hora da manhã, não dá, não é mesmo?

Vai, confessa, você não sente nem que seja uma pontinha de inveja, afinal, todos se dão bem e lá no fundo pensa:

- AH! Quem me dera ter uma boca destas.

E aí, meu caro leitor, pouco a pouco, uma imensa maioria foi sendo contaminada com a inversão escrachada de valores, assim como, também, perdendo a noção exata dos compromissos que estes políticos que, na realidade, são funcionários públicos à serviço da coletividade, pagos por cada um de nós, ao comprarmos qualquer item de nossa sobrevivência pessoal, independentemente de pagarmos o imposto de renda anual, fazendo deles celebridades da roubalheira, exemplos a serem copiados.

Afinal, essa história de que dinheiro não traz felicidade é retórica bonita para quem tem muito e nem desconfia a agonia de se trabalhar dia após dia e nunca se ter o suficiente para alcançar um pouco de dignidade vivencial. Portanto, fica restando a transferência emocional que induz as criaturas a se verem no lugar de seus ídolos, compensação inevitável para se ir levando a vida.

Pois é, em meio a este quadro cru e nu, só resta à galera dos não tem isto, aquilo ou coisa nenhuma do nosso país, votar absolutamente de acordo com as reações automáticas de suas psiques contaminadas. Afinal, tornou-se um barato ser ladrão do dinheiro público, parasita da miséria, assim como tornou-se ambição de muitos também sonhar em ter uma beiradinha.

E aí, de acordo com o posto que o funcionário tenha, rouba-se do chip ao pneu, do cimento ao terreno público, do leite à vida destes votantes ingênuos que passaram a crer por indução da impunidade e silêncio cúmplice da justiça que área pública é tão somente terra de ninguém e que ser preso e chamado de ladrão é Top de linha, iguais aos Masserati e Ferrari que, dizem, terem sido apreendidos no Amapá.

Imaginem, no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, etc, e tal.....

Em meio à tantas informações desastrosas, penso então no quanto é difícil e desestimulador para alguns escolher, ficando as perguntas soltas na mente.

Então, votar em quem, votar pra que?

Ah! Meu Deus, que assunto pesado logo tão cedo.

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