segunda-feira, 4 de outubro de 2010

REFERÊNCIAS EDUCACIONAIS

Acordei pensando nas referências que recebemos ao longo da vida e como elas se manifestam e influenciam nossas posturas e pensamentos que, afinal, acabam nos identificando como pessoas únicas.

Uma mesma referência se diversifica quanto à lógica do que representa no tocante a forma como é vista, processada e absorvida por aquele que a recebe.

A mente, como agente processador dos sentidos e ao mesmo tempo um filtrador emocional, age de forma exclusiva e individual, utilizando-se dos subsídios já captados em outras situações, formando assim um perfil de compreensões.

Daí, a impossibilidade de se conseguir hegemonia de entendimentos sob a mesma ótica sobre qualquer assunto que seja oferecido para um grupo de pessoas, ficando como resultados práticos de entendimentos se avaliados em quantidades, tantos quanto existirem, por mais semelhantes que possam parecer a primeira vista.

O que no máximo acontece é um englobamento geral que se traduz em forma de aprendizado, mas que, mesmo assim, passa pelo crivo mental de absorção, dando-se a cada individualidade o potencial assimilativo, onde então fica condicionado ao poder chamado de inteligência, mas que nada mais é que uma maior ou menor capacidade processual mental em absorver e distribuir com critérios reconhecidamente capazes de serem buscados e encontrados com precisão e em tempo hábil, como um arquivo bem ou mal elaborado. O que não significa necessariamente uma determinante quanto ao grau de, digamos, inteligência.

Portanto, existem infinitos tempos assimilativos, assim como infinitos caminhos percorridos pelas informações referenciais, e todas elas submetidas ao conteúdo individual formativo dos neurotransmissores, agenciadores das vibrações sensitivas que se expressam desta ou daquela maneira, posto que, no decorrer das vivências comunitárias de grandes ou pequenos núcleos, vai se criando através de condicionamentos acordados como ideais, posturas e aparentes reações interpretativas que, em sua maioria, confundem o individuo, levando alguns a uma rebeldia inexplicável, sob o ponto de vista avaliativo daqueles que são encarregados de manter tão somente a continuidade postural como padrão assimilativo ideal.

Diz-se, então, que este ou aquele é mais ou menos inteligente, não se oferecendo ao indivíduo um campo mais propício, afim de que sua natureza, em comunhão com suas referências, encontre um campo mais adequado de processamento assimilativo.

A partir deste raciocínio, creio que deva existir na pré-escola, com continuidade por todo o ensino fundamental, uma constante observância quanto às posturas de entendimento assimilativo de cada criança que, inclusive, ostensivamente através de posturas físicas, verbais e emocionais, as mostram por todo o tempo, até mesmo, em alguns casos, pedindo socorro, através de posturas aberrativamente retraídas ou imperativas.

Creio, então, haver necessidade de uma mais realística recapacitação dos conteúdos didáticos nos ensinos direcionados aos educadores destes períodos de fundamentais importâncias quanto aos desempenhos destes indivíduos em seus percursos acadêmicos, não deixando brechas desnecessárias ao desperdício comum de se constatar em qualquer sala de aula, onde potenciais são desconsiderados, justo porque não há por parte da estrutura educacional subsídios de capacitação profissional em verdadeiramente quase nenhum aspecto, quanto mais referente ao reconhecimento assimilativo.

Não se trata de misturar-se ensino fundamental com avaliação psicológica, e sim, capacitar o educador em um âmbito maior de reconhecimento observatório que, aliado a outros fatores agregativos de qualidade de ensino dentro dos padrões contemporâneos, possam, realmente, preparar o indivíduo dentro de sua capacidade observadora sem que o seu ritmo assimilatório, se torne um estereótipo que possa vir a desviá-lo de sua trajetória, através do desestímulo, fato comum de ser comprovado diante da evasão escolar que se acentua a cada ano.

Este é um problema que ultrapassa os perímetros das escolas, irradiando-se por toda a sociedade na expressabilidade de uma violência cada vez mais explícita e desumana, para quem a exerce, e opressiva, tolhendo os sagrados direitos de liberdade para quem com ela tem que conviver.

Portanto, a falta de estímulos ao principio básico de estruturação de convivência social aliado a inserção cultural e intelectual, torna-se uma motivação impulsionadora a qualquer desequilíbrio extensivo a qualquer sociedade.

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Sou uma velha de 75 anos que só lamenta não ter tido aos 30/40 a paz e o equilíbrio que desfruto hoje. Sim é verdade que não tenho controle ...