segunda-feira, 5 de abril de 2010

HIPOCRISIA SISTÊMICA

imagem: reservarouensinar.files.wordpress.com

Muitos são os preconceitos criados pela criatura humana, justo porque representam toda a expressabilidade do egocentrismo que reside nos relacionamentos sociais de quaisquer natureza. Esta postura danosa, seja ela de grupo ou individual, seduz e induz em uma atmosfera de absoluta falta de senso, produzindo mazelas até mesmo impossíveis de serem imaginadas, quanto mais praticadas por um ser que se denomina humano, exatamente porque diferentemente dos demais elementos vivos, possue mente racional.

E se atento não se fique, logo surgem novos preconceitos, sorrateiramente embutidos nos novos conceitos globalizados que jorram a cada instante com aparência de politicamente corretos e que leva a criatura a crer de imediato que ela está pensando e sendo preconceituosa se não seguir rigorosamente o que os ditames do sistema social, pra lá de confuso e desequilibrado, assim determina.
Cria-se na mente uma sensação incômoda de inadequação pessoal, levando a criatura que discorda disto ou daquilo a se sentir em dicotonia com o grupo social na qual está inserida, ao mesmo tempo que vai se desenvolvendo na mente uma espécie de revolta que pode vir a se expressar em forma de violência, tal qual se pode observar em atitudes oríundas de criaturas assumidas em seus preconceitos de quaisquer natureza. Portanto, é possível observar-se, então, que nas duas situações não há parâmetros de harmonia de entendimentos e posturas.

Partindo da certeza incontestável de que não há igualdade, apenas semelhanças,ideal seria que houvesse um equilíbrio postural de respeito ao próximo como forma de conduta de convivência, sem que as criaturas adentrassem em seus conceitos absolutamente pessoais, permitindo assim uma maior harmonia, entretanto, no egocentrismo social, fomentado pela postura políco-social, criam-se e alimentam-se ideias e ideais totalmente tiranos, que ao contrário de dissiparem o segregacionismo, o camuflam em forma de uma concordância hipócrita que não beneficia verdadeiramente em sua natureza quem quer que seja, justo porque haverá sempre na mente individual de ambos os lados da questão, objetivamente a certeza da fraude social, que foi determinante ao estágio no qual ela se encontra.

Sem que se aperceba, a brigatoriedade em concordar-se publicamente, enquanto interiormente reside uma discordância, faz nascer daí uma perigosa postura social, absurdamente aniquilante ao direito sagrado de simplesmente não concordar com isto ou aquilo, dentro do parâmetro consciente de consideração ao direito do outro de ser e de pensar aquilo que lhe é afim.

Polêmicas sempre existirão, e são exatamente elas que não nos deixam esquecer que somos diferentes, não necessariamente contrários, e que através desta situação genética emocional de captação, filtragem e composição mental é que nos determinamos seres individuais, nos postando junto aos demais, sejam humanos ou não.

Fico pensando no quanto me aborrece não poder expressar minha discordância em inúmeros assuntos que hoje, ou melhor, que de algum tempo para cá por ser mais cômodo, interessante ou politicamente correto, como se fosse uma aparente e saudável consciência coletiva, justo por não quererem ou saberem como adequar algumas polêmicas que conturbam a sociedade como um todo.

Um deles, por exemplo, é o sistema de cotas para negros e indios, que deveria ser um problema a ser resolvido pelas sucessivas gestões federais que deveriam prover o ensino brasileiro com a devida decência e recursos necessários à todos, sem distinção étnica, pois recursos é o que jamais faltou, mas é mais cômodo ceder a uma fração da população que notoriamente é sofrida, mas que jamais soube com isenção também de várias atenuantes, lutar e exigir direitos que são constitucionais e humanos, ao invés de criar um novo conceito separatista que afasta mais e mais o respeito que se deva ter entre a espécie, que é tão somente humana.

O exemplo cruel se apresenta nos concursos e vestibulares federais e estaduais, através inclusive de negros abastados que se valem desta prerrogativa em detrimento de brancos verdadeiramente aptos por suas precariedades pessoais à usufruir de tal benefíco, alimentando, assim, silenciosa e extremamente danosa uma raiva, por um lado, e uma sensação de disforra, do outro, que deixa de ser contida e politicamente correta através de um ódio social que se estabeleçe em meio a qualquer concentração social, fazendo com que cada criatura humana deixe cair a fina capa camuflativa que o mantém politicamente correto, e isto se observa em uma simples e corriqueira convivência de qualquer natureza em uma agressão constante, por ser latente.

Venho percebendo assustada e entristecida que cada vez mais preciso escutar calada, não por educação, respeito ou sabedoria, mas tão somente para não me ver isolada, execrada, por não ser politicamente correta.

Hoje acordei muito aborrecida com este modelo de postura comportamental, absolutamente contrária a tudo que acreditei por toda a minha vida ser o princípio básico de respeito ao tudo do todo que represente vida e liberdade.

QUE COISA, HEIM!…

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