quinta-feira, 24 de setembro de 2020

PERDI O SONO

  Das profundezas do meu inconsciente, brotam lembranças que arquivadas desordenadamente sem datas ou qualquer outro critério, apenas explodem em meu consciente cansado devido a profusão das infinitas emoções, sentidas.

Num vai e vem de sentimentos, lá estão as imagens de momentos breves, mas que pareceram   longos e alguns, talvez tenham sido, mas que absolutamente soltos  em meio a épocas distintas, mais parecem sonhos ou pesadelos em forma de recortes de uma história, hoje indiferentes, como se eu, não os tivesse vivenciado.

Fantasmas ou apenas sombras que se esconderam nos recôncavos de minha mente, esperando o momento propício para se fazerem notar, num astuto lembrete de que tudo passa, tudo sempre passará, tornando-se recortes de uma, tão somente vida.

E como um corpo em constante transformação, a mente acompanha os sempre atuantes sentidos, abrindo portas, descerrando janelas, deixando ventos turbulentos e brisas amenas adentrarem, para que não sejam esquecidas, as infinitas tatuagens que desenharam  a mulher que ora sou, tão solta a bailar em meio ao estranhamento das inúmeras diferenças, quanto as pontuais, mas também, infinitas lembranças.

E aí, o que fomos ou o que seremos se funde magicamente, no que sou agora.

E o que sou, senão tão somente, um grão de areia, nesta praia paradisíaca que é a vida.

O sono é como um tranquilo mar que em forma de sucessivas e suaves marolas, deita-se sobre as areias, beijando-as e, como um bendito grão, sinto-me beijada também.

Boa noite ou será, bom dia?

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