Os setores
públicos de nosso país agora mais do que nunca, estão repletos de estigmas negativos.
O que estimulou uma descrença junto a população e uma banalização no seu
próprio meio, criando um paradigma malicioso e viciante de que sempre foi assim
e nada nunca vai mudar.
É preciso
que fiquemos atentos nas posturas debilitantes dos agentes responsáveis por esta
situação que se tornou recorrente em todas as esferas dos setores públicos,
enfraquecendo as estruturas organizacionais no mais fundo de seus âmagos, ao
ponto de descredenciar figuras dantes consideradas baluartes do país, como juízes,
promotores, senadores e etc.
Observem o flagelamento
ético e moral que se instalou muito além dos gabinetes públicos, levando cada
cidadão brasileiro a também querer estar degustando uma fatia do bolo que é
representado pelo erário público que se tornou moeda de enriquecimento pessoal.
Até aqui,
não escrevi nenhuma novidade, mas a pergunta que fica é:
Existem
soluções práticas que revertam esta situação caótica que impede de forma costumaz
qualquer desenvolvimento sustentável que venha a agregar valores reais ao país
e consequente povo?
Sempre há
uma solução a ser aplicada, mas seja ela qual for, terá que ter origem no
resgate da ética avaliativa que é o norteador do reconhecimento do espírito
público que é tão somente o senso do bem comum que deve existir nas mentes de
cada cidadão em relação aos escolhidos para representá-lo.
Concordo que
esta é uma tarefa das mais árduas e muito vagarosa, porém mesmo institivamente
o cidadão vem mudando, pois compreende mesmo inconscientemente que é preciso avaliar
melhor e já não está tendo o medo aprisionador de arriscar mudanças.
Outra
fundamental mudança de comportamento social é a de aparelhar as escolas para
que estas tenham profissionais responsáveis pela formação de um senso crítico
nas crianças com o objetivo de transformá-las em poderosos agentes observadores
e influenciadores no seio de suas famílias, numa inversão de tutelas, mas que a
médio prazo aproximará as comunidades das escolas, num ciclo de mútuos
estímulos gerando harmonia de entendimentos e consequente convivência.
Não há medicações
milagrosas frente no enfrentamento de um tumor que se formou e foi negligenciado
ao ponto de ter crescido e alastrado metástases por várias gerações por todo um
corpo físico que é a estrutura institucional do país.
Começar esta
tarefa dependerá da abnegação dos ainda muitos que são capazes de acreditar que é possível,
lenta e gradativamente, ir extirpando os focos e, particularmente, acredito que
esta é uma cirurgia que deva começar no epicentro do problema que é justo, a
câmara de vereadores, pois, são os senhores edis que representam o povo na mais
íntima das convivências e a partir daí, todo o restante irá sendo debelado
paulatinamente, pois serão os vereadores que determinarão as regras da
administração em cada município em relação ao executivo e ambos em relação aos deputados e senadores e
estes ao tudo mais, numa sequência de metas comuns a todos, onde o país e seu
povo sejam a prioridade.
Sonho?
Talvez, mas
como estaria o mundo sem os sonhadores que buscam nos planos das ideias as
práticas existenciais?
Diz-se que
alguém tem espírito público quando este é vocacionado a servir a coletividade.
Fácil de ser
identificado, complexo de ser avaliado na grandeza de suas reais intenções, mas
não impossível de ser encontrado.
Deixando a utopia
de uma apenas pensadora no seu devido lugar, penso que numa cidade tão pequena
quanto Itaparica, um talvez não, mas alguns poucos vereadores com eficiência,
ética e respeito ao cargo, podem começar a fazer verão, deixando o sol da prosperidade,
mesmo que a princípio fraco, iluminar todos os quintais fazendo prevalecer o
bem comum.
DIGNIDADE
JÁ!
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