São cinco
horas desta manhã de um domingo que promete ser brilhante e ensolarado e,
novamente, estou as voltas com as emoções humanas que me fascinam em todas as
suas nuances e complexidade.
Penso então
na ternura que é um sentimento que anda escasso, quase soterrado em meio aos atropelos
de um sistema cruel, que vai a cada instante nos empurrando para os abismos da
vaidade incontida e do exclusivismo marginal.
Incontido,
porque a cada instante somos bombardeados por novidades e apelos de mudanças
que mais que indutores, são correntes invisíveis que nos aprisionam num mundo
de ilusões, onde não há lugar para a lógica que produz o bom senso, mas apenas
para o exclusivismo que é inconscientemente, a única arma de proteção que
acreditamos irá nos salvar e, no entanto, ainda assim, sentimo-nos cada vez
mais isolados, vazios e pior, temerosos de tudo que nos rodeia, numa insanidade
avassaladora.
Percebo que
a doce ternura que nos envolvia e que nos impulsionava a sermos mais encantados
em nossos minutos presentes, foi aos poucos, silenciosamente, adoecendo e
minando nossas almas e levando-nos a uma praticidade de posturas, que destitui
as atenções das trocas vibrantes de gentilezas, produtoras aparentemente
insanas, por estarem fora da pressa que o consumismo das novidades exige, mas
absolutamente reais e amigáveis parceiras da ternura, tão necessária à
existência do carinho que, precede a afetividade.
E então,
penso que quando, a ternura nos abandona, leva consigo a humanidade, deixando
tão somente, espectros que mesmo bonitos, perfumados e ambiciosos, ricos e
soberbos, nada mais são que, seres solitários em meio a solidão de si mesmos.
Que neste
dia que apenas está começando, sejamos capazes de resgatar em nós, a ternura
que nos torna os seres mais bonitos e completos do universo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário