O vento
forte derrubou o ninho de sabiá que, frágil, equilibrava-se no galho fino do
limoeiro e numa fração de segundos o minúsculo filhote de sabiá desabou sobre a
grama, sendo imediatamente abocanhado pelo Mobi, um dos meus cães que, ao som
dos nossos gritos e ao ataque dos pais alvoraçados, o largou de imediato, mas o
estrago de seus dentes já se apresentava e o pequeno sabiá suspirou a morte na
palma da mão de meu Roberto.
Ficamos
abalados com a dura cena e mais ainda com o desespero dos pais sabiás que
piavam desesperados cortando o jardim de lado a lado, expressando a dor de suas
perdas.
Ainda agora,
horas depois, a mãe sabiá permanece piando, já não tão agitada, em um galho da
amoreira que fica bem em frente à janela de onde posso vê-la e descrever seus
piados sofridos que deixam escoar o seu lamento, na esperança talvez de ter de
volta o seu amado filhote.
Afinal, mãe
é amor em qualquer expressão da natureza.
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