sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

“Pai, dai-nos forças”...


Hoje, fugindo a rotina diária, escrevo na parte da tarde e penso que talvez seja pelo fato de eu estar absolutamente exausta em me fazer crer que seja possível, despertar interesse da classe dominante em relação aos trabalhos anônimos e que verdadeiramente oferecem sustentabilidade a todo aquele que se encontra as margens do sistema.
“Oi, dai-me forças pelo amor de Deus, meu pai, oi! dai-me forças aos trabalhos meus”...
Como é difícil desenvolver trabalhos onde o brilho da vaidade, dos lucros e das vantagens pessoais, não estejam disponíveis.
Onde a moeda de troca seja apenas o prazer do ato de servir
Onde um sorriso seja a recompensa almejada.
É tão difícil que chega a doer
É tão absurdo que nos faz sentir medo de estar vivo em meio a tanta indiferença.
Olho para o espaço que chamamos de céu e aproveito que a tarde ainda não findou para tentar enxergar neste restinho de sol, um brilho de esperança que estimule o meu coração, como já ocorreu em inúmeras outras vezes, para que eu não desista de continuar tentando, no quase insano desejo de um dia poder vivenciar uma humanidade mais humana e mais consciente de suas prioridades e responsabilidades existenciais.
Leio as notícias vergonhosas que se apresentam e estremeço ao constatar que ainda existam criaturas que mantém seus olhos fechados e suas almas trancafiadas nos redutos dos partidarismos em detrimento das realidades que flagelam muito mais que o nosso medíocre entendimento possa alcançar.
Oh, meu pai... Dai-me forças para continuar batendo nas portas e mantenha as forças desta legião de anônimos que insiste em manter acesa a chama do amor, através de suas simples mas regeneradoras atividades.
Rogo misericórdia a quem me lê para que não permita que a omissão, falta de tempo ou mesmo o desconhecimento quanto a dor alheia, reforce o fechamento de obras sociais como a que DEDEA FÊNIX ODALESSI dirige com desvelo.
“FUNDAÇÃO SOCIO CULTURAL ALAFIÔ. http://alafia89.blogspot.com.br/
Que está localizada no bairro Parque das Amoreiras em uma casa alugada, quando existem várias outras abandonadas, só dependendo de uma ação efetiva da justiça, através do departamento jurídico da Prefeitura que certamente, daria a elas, finalidades mais justas.
 E pensar que é tão pouco o que se necessita para manter-se fora das ruas e da miséria humana, dezenas de crianças.
Doe esperança à todo aquele que só espera de cada um de nós, um simples ato de fraternidade.
“Oi dai-nos forças pelo amor de Deus” para que consigamos manter abertas as portas da vida, do amor e da certeza de que somos bem mais capazes.

Um beijo carinhoso e uma noite de sexta-feira, regada de paz. E de quebra, ofereço uma acerola do meu quintal, “docinha que nem mel”.

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