Assim como
de repente, olho ao meu redor e tudo me parece inútil, sem sentido e quase
absurdo. Afinal, meus pensamentos e minhas lógicas se chocam com o sistêmico e,
como uma perdida em meio a um deserto, giro em torno de mim mesma, procurando o
oásis de minhas próprias convicções e percebo com absoluta clareza que este
ideário, só existe dentro de mim, lugar seguro no qual me abrigo desta loucura
que me rodeia.
Esta
sensação vez por outra ainda me abala, criando um ambiente de surpresa e quase
medo, levando-me a erroneamente acreditar que foi tudo, assim como de repente,
quando na realidade, tudo é rotina, eu é que distraída adentrei em mim e
desfoquei o tudo mais.
Meus
escritos, minhas ideias, minhas visões, ficam todas tão egoisticamente pessoais
que chego como agora a sentir um certo mal-estar, quando penso que tudo poderia
ser bem mais fácil, bem menos sofrido, muito mais harmonioso.
Mas a
impressão que tenho é que falo em línguas inteligíveis, escrevo não um
somatório de experiências somados a uma observação contumaz, mas uma filosofia “Platonista”,
pois sinto nos olhares que me fitam, tão somente a incompreensão da lógica que
me inspira.
E como uma
ovelha desgarrada, sigo meu caminho solitária, descobrindo mundos até então
desconhecidos.
E dentre as
novidades que vislumbro, vou percebendo que não me encontro sozinha, apenas não
sigo rebanhos, apenas vou colhendo e saboreando os raros frutos que vou
enxergando neste meu caminhar de vida e liberdade.
Tudo é tão
absurdamente simples, tudo é tão absurdamente fantástico que até posso
compreender a imensa incapacidade assimilatória do que falo e escrevo, afinal,
viver o simples, exige dedicação, busca e fascinação, exige abraçar o tangível
e fazer dele o seu mais rico imaginário.
De repente?
Nada é de repente...
Tudo pode
ser previsto, principalmente em meio ao sempre igual.
Que neste sábado de quase final de ano, os frutos raros
possam ser enxergados, nem que seja em raros momentos.
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