Desde que me
filiei ao facebook, e isto já tem um bom tempo, venho tendo a experiência de
vivenciar com amigos e parentes uma instantaneidade maravilhosa, assim como
tenho tido o prazer de conhecer pessoas
incríveis com as quais divido meus instantes presentes e passados, além de com
elas, poder sonhar ou planejar futuros.
Isto é
sensacional...
Trocamos
experiências, ideias e ideais, às vezes não concordamos, outras vezes nos
solidarizamos, mas na grande maioria das vezes, nos apoiamos no que eu chamo de
solidão existencial, velha patologia do ser humano, frente ao abismo que se forma
em cada criatura, justo pela própria incompreensão, medo e insegurança em relação
aos mistérios que envolvem a mortalidade da própria existência.
Nessas
postagens aparentemente banais, nos expressamos por todo o tempo, alguns mais que
outros, nos criticamos mutuamente e nos fazemos de réu e juiz por todo o tempo,
culpando ou inocentando, num seguimento aparentemente lúdico de terapia
on-line.
Particularmente
tenho aprendido muitíssimo e trazido para minha bagagem pessoal um farnel de
novos conceitos que, até a pouco tempo, foram condenados, mas que nos dias
atuais são absolutamente aceitos e incorporados, mudando assim, todo um cenário
de convivência com o qual eu, e certamente outros tantos, estávamos acostumados,
induzindo-nos a uma adaptação no mínimo também instantânea, o que por vezes nos
pega de surpresa, mesmo cientes de que tudo, afinal, tem mudado.
Penso então
que preciso ficar atenta às minhas observações, quando estas forem dirigidas mesmo a alguém
que admiro e respeito, pois, afinal, jamais saberei se as mesmas serão compreendidas, já que on-line, não é possível
que observem meu tom de voz, meus olhares e muito menos minhas intenções.
Então,
concluo que este grande feito da humanidade também tem a sua falha gritante,
pois não faz transparecer uns aos outros a essência das palavras, a vibração
das presenças, o sentir das intenções.
Intenções?
Quem,
afinal, pensa nas intenções?
O que olhos
não veem o coração não sente e o que não for dito, jamais será sabido, pelo
menos para quem direcionamos nossas mais singelas intenções, já que o que
verdadeiramente sempre importou, seja on-line ou não, são os efeitos dos
confetes que são recebidos por um segundo ou por todo o tempo, pois nos fazem
acreditar que somos eternos, pelo menos na instantaneidade de nossas postagens.
Paro com estas minhas divagações matinais e olho através da janela e lá está
ela, minha mais nova realidade:
“Uma esplêndida
Rosa cor de Rosa, aparentemente solitária, esperando de minhas retinas, sua
eternização”.
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