domingo, 27 de abril de 2014

TUDO MUDA O TEMPO TODO...


Hoje acordei ao som da chuva que caía pesada por sobre o telhado, som que particularmente adoro e sentindo, ao mesmo tempo, um arrepiozinho gostoso percorrendo o meu corpo.
Será o nosso outono que finalmente decidiu aparecer, abrindo passagem para um pouco de frescor?
Desvio o olhar do computador para apreciar esta chuvinha constante, mas agora bem menos densa, que em toques mágicos, reforça as cores das folhas e flores de meu jardim.
Penso, então, que tudo se transforma a cada instante, numa metamorfose fantástica, deixando-me sempre maravilhosamente surpresa e desejosa de acompanhar esta sábia natureza que, incansável,  oferece a cada instante infindáveis opções que certamente, se atenta estiver, muito me será produtivo.
Claro que não descobri todo este potencial neste instante, mas com certeza aprendi um pouco mais, provavelmente me permitindo mudar também em algo, principalmente, não me deixando esquecer que não posso e não devo ser estática e muito menos volúvel, tão somente devo deixar o fluxo dos acontecimentos do meu cotidiano direcionar minhas opiniões, exercitando o meu bom senso nas avaliações e tendo a coragem de mudar seja no que for.
Ainda chove lá fora e o cheirinho do bolo de fubá, vindo da cozinha, invade as minhas narinas, sufocando o até então aroma de grama molhada, num bailado sensorial que me faz gozar de alegria, pois não me deixa esquecer que estar viva é um privilégio que, também, tem cheiro e sabor, dependendo tão somente do meu empenho de movimentos, não me permitindo qualquer estatização que, afinal, mutila e nos faz morrer.

Que o nosso domingo seja de absoluta paz ao som da chuvinha gostosa que a natureza nos presenteia e dos sabores que nós mesmos pudermos produzir.

sábado, 26 de abril de 2014

Generosidade, onde estás que não te encontro?


 Este é um substantivo feminino que é a qualidade de generoso, que por si só, representa uma ação generosa.
Esta ação generosa pode ser aplicada a qualquer instante, em relação a qualquer coisa, principalmente, pode e deve começar a ser exercido através de si mesmo, o que facilitará o seu exercício com o tudo mais, pois o ser generoso, sabedor dos benefícios destas ações, continuamente a exercerá, fazendo de seus atos cotidianos, generosas demonstrações de grandeza pessoal que certamente primeiro o beneficiará, pois não existe nada mais gratificante do que estarmos tranquilos em nossos relacionamentos com o tudo mais que se encontra inserido em nosso universo pessoal.
Ser uma criatura humana generosa, não significa estar resolvendo os problemas de qualquer ordem dos demais e muito menos na característica de um bobalhão, idiotizado que se expõe às indignidades alheias, mas basicamente é a criatura que se vê por todo o tempo incapaz de ser grosseiro em não permitir que os demais exerçam suas escolhas, expondo-as muitas vezes de forma aparentemente afrontosa, exatamente por serem desconexas à lógica de nosso próprio entendimento em relação a qualquer assunto.
Toda discordância abre espaço para a ampliação de conhecimentos, pois apresenta visões diferenciadas, promovendo os debates, fazendo surgir novos caminhos evolutivos em relação a qualquer assunto que possa se enquadrar nos interesses humanos.
Portanto, ao ler e, é claro, analisar generosamente todas as citações e os comentários que se seguem, buscando tão somente um maior entendimento dos relacionamentos on-line, percebo a forma pouco generosa em que são colocadas muitas destas, numa abusiva demonstração de negação explícita à generosidade para com o outro, acobertada, justo pelo anonimato ou pela simples distância física, onde o não existindo o olho no olho, tudo passa a ser permitido.
Reparem que as postagens aparentemente inocentes de estereótipos que levam ao horror ou aos risos de gozação, reforçam um enorme e assustador caminho que, por toda a história da humanidade, fez nascer e se estabelecer os preconceitos, e isto, queiramos ou não admitir, representa uma total falta de generosidade consigo, por não conseguir levar aos demais algo que não represente sua própria e distorcida capacidade de enxergar além do que determina a si próprio como o feio da vida e, depois, pela necessidade de afrontar os demais com suas más escolhas.
Hoje, pude observar a imensa falta de generosidade que um  integrante de nossa página em comum do face book demonstrou em relação a uma simples pergunta que um notório doce amigo, na singeleza de seu ser, dirigiu a ele.
Que pena, pensei no instante que li. Quanto desperdício, quanta falta de generosidade.
E aí, como de hábito, registrei e pensei no quanto ainda somos incapazes de respeitar os nossos semelhantes e no quanto de inimagináveis quilômetros teremos que percorrer neste caminho evolutivo.


sexta-feira, 25 de abril de 2014

PELADA E FELIZ!!!!!!!!


Prazeres que me dou e que repassei aos meus filhos, e espero sinceramente que estejam vivenciando.
Acabo de tomar um delicioso banho de chuveirão sob o céu estrelado e a água estava morninha.
Que delícia!
Antes, porém, comi gulosamente um pastel de carne que meu Roberto trouxe lá da Praça João Ubaldo.
Outra delícia!
Se vocês tiverem, como eu, um chuveirão em seus quintais, fiquem pelados e se permitam minutos de imensa liberdade, abraçando a si mesmos e fazendo uma oração sob as estrelas.
Tudo muito simples e barato, mas muito especial, pois não nos deixa esquecer que a vida é bonita, é bonita e é bonita, dependendo apenas de nossas escolhas, independentemente de nossa idade ou poder aquisitivo.
E aí, é possível sermos felizes com quase nada...



COLETÂNEA TUPINAMBÁ - EDIÇÃO 2014


A Rádio Tupinambá FM sempre na trilha da educação, assim como voltada ao resgate da cultura itaparicana, volta a promover no mês de agosto a segunda edição da Coletânea Tupinambá que tem como objetivo reunir os talentos voltados a literatura.
O tema central da Promoção é: “ITAPARICA, meu pedacinho de amor”.
Além da participação obrigatória neste tema, as demais obras, no máximo de cinco, após seleção prévia, poderão abordar temas diversos.
Na edição 2014, a promoção abre o leque buscando inserir os alunos das redes estadual, municipal e particular de ensino, a fim de dar espaço e visibilidade aos jovens de Itaparica, incentivando-os nos caminhos literários.
Cada participante deve adicionar ao seu trabalho uma foto 3x4, endereço e telefone.
Também devem apresentar seus trabalhos devidamente digitados e acondicionados em envelopes lacrados.
Quanto aos prêmios:
O prêmio maior com certeza é a participação, mas ainda assim, cada participante receberá exemplares impressos da obra, onde constará a poesia, o conto, a crônica ou a narrativa de cada participante.
Em se tratando de alunos, haverá uma premiação para os três melhores trabalhos apresentados sobre o tema “Itaparica, meu pedacinho de amor”.
Estarão concorrendo alunos do fundamental 1 e 2 e alunos do ensino médio.
Também serão entregues camisetas e certificados e haverá ampla divulgação.
O prazo máximo para a entrega dos trabalhos será no próximo dia 30 de junho de 2014 na recepção da Rádio Tupinambá.
Venha participar, mostrando o seu talento na valorização de sua cidade e se integre nesta jornada em prol do desenvolvimento sustentável de nossa Itaparica, por que sustentabilidade começa com cada cidadão no seu empenho pessoal de oferecer o melhor de si mesmo.

Tupinambá FM, 87.9, sempre pensando em você.

sábado, 19 de abril de 2014

NESTA MANHÃ


Hoje, como de costume, acordei bem cedinho, a fim de ver o dia clarear com seus sons e bailados de luzes que sempre me parecem únicos, e aí, como não poderia deixar de ser, coloquei-me a escrever e o tema escolhido nesta manhã foi:
- Faço tudo que desejo?
Parece bobagem, mas vez por outra, todos nós deveríamos nos fazer esta pergunta, até porque seria uma oportunidade para avaliarmos nosso grau de empenho pessoal em nos satisfazer e também a nossa capacidade de encarar os entraves que surgem a cada momento e que criam situações nas quais, por uma razão ou outra, não podemos ou nos convencemos que não vale a pena insistir.
Por outro lado, existem aquelas pessoas que nos levam a crer que vieram postar-se em nossos caminhos exatamente para dificultar os nossos planos, e aí, vamos aprendendo lenta e gradativamente a engolir em seco e seguir adiante, exercitando toda a nossa criatividade emocional, no controle de nossa frustração, frente ao bom senso de não perdermos tempo em discussões, alimentando qualquer ilusão de que estas pessoas em dado momento se sensibilizariam com nossos projetos, muito porque, a vivência vai aos poucos nos mostrando que sempre é uma tarefa inútil tentarmos mais do que três ou quatro argumentos, pois tais criaturas só tem em mente serem do contra.
Vamos lá, pense bem, com você já não aconteceu algo parecido?
Pois é, admitindo ou não, na realidade, você e eu, jamais faremos tudo que realmente gostaríamos, portanto, partindo desta premissa absolutamente incontestável, sorvo com imenso prazer cada conquista, cada instante onde posso exercer o meu poder de realização, jamais lamentando a respeito das dificuldades para alcança-lo e muito menos me esquecendo de tudo e de todos que se não colaboraram comigo, também não dificultaram e, então, aproveito com satisfação e coloco nos percentuais dos ganhos de minha vida que, cá pra nós, foram sempre muitos.
Hoje, por exemplo, eu gostaria de ser muito rica para ter um jatinho particular para tão somente poder dar um pulo lá em “Belzonte”para dar um grande abraço na ex-funcionária que se tornou uma fiel amiga através de longos 30 anos, chamada Lázara Matias, que generosamente me ofereceu nesta manhã um poema de Gabriel Garcia Marques, fazendo o meu amanhecer mais brilhante e me levando a crer que a vida, independentemente das perdas e das decepções, das dificuldades e das frustrações que provocamos ou nos são impostas, jamais deixará de ser surpreendente, porque  sempre existirão pessoas como  ela que nos lembrarão a cada instante, que a vida é bonita, é bonita e é bonita.
Uma feliz Páscoa com um enorme beijo no coração para cada um que se dispor a ler meus escritos, nesta manhã de vida e liberdade.




quinta-feira, 17 de abril de 2014

RADIO TUPINAMBÁ - AGRADECIMENTO- “PASCOA COM AMOR”

Nesta segunda edição da promoção Páscoa com amor, incapazes que somos de nos deixar envolver pela presunção, jamais fomos capazes de mensurar o estrondoso sucesso que ela representaria, muito pelo contrário, tememos como sempre ocorre a cada promoção que lançamos no ar de forma simples e absolutamente espontânea, visando tão somente ampliar os objetivos da Rádio Tupinambá junto a seu público ouvinte que é o de tão somente fomentar o espírito participativo, ancorado no desenvolvimento educacional.
Foram inacreditáveis 915 quilos de alimentos não perecíveis que atenderam a inúmeras famílias que puderam garantir uma refeição saudável e digna nesta Páscoa.
Todo este potencial participativo adveio da generosidade da população itaparicana, que compreende a necessidade de também se sentir responsável pelo seu próximo, acreditando que onde houver miséria, certamente não poderá haver qualquer vestígio de evolução humana.
Impossível para cada membro da Equipe Tupinambá descrever os olhares, os sorrisos e as lágrimas de gratidão daqueles que receberam e principalmente de cada um de nós que fomos os mensageiros desta bendita ação.
Para cada quilo doado, certamente, instantes de fome foram ou serão suprimidos e é só isto que pode interessar, pois sabemos que juntos e misturados no objetivo de criarmos uma cidade menos cruel e mais agregativa, seremos capazes de alterar qualquer história de abandono existencial e, portanto, sonhar lutando para atingirmos um patamar humano mais humano.
A Equipe da Rádio Tupinambá e do Show da manhã, assim como os Associados, agradece sensibilizada mais este apoio recebido em prol das pessoas de nossa querida ITAPARICA.
Regina Carvalho- Gerente de Programação



terça-feira, 8 de abril de 2014

PARABÉNS AO MEU AMOR


Meu amor, que alegria poder comemorar esta data tão significativa, afinal, quantos podem chegar aos setenta anos com o vigor e a alegria de viver que constato estando ao seu lado, nestes 47 anos de vida em comum.
Juntos desde sempre, fomos aprendendo dia após dia a valorizar as delícias da vida, assim como enfrentar e vencer todas as batalhas, algumas delas, bem duras e que certamente são capazes de fazer sucumbir, os menos tenazes. 
Quando lhe conheci, era apenas uma menina de 16 anos , que se apaixonou pelo seu jeito de ser, aos dezoito, tornei-me mulher em seus braços carinhosos e, agora, aos sessenta e quatro, agradeço a vida, ao universo e, portanto, a Deus, por ter tido o privilégio de ao seu lado, por todo o tempo, ter aprendido e exercitado a clareza emocional de jamais apreciar, na tristeza ou na alegria, na pobreza ou na riqueza, na saúde ou na doença, enfim, tudo que já experimentamos, que a vida é bonita é bonita e é bonita. Beijos. TE AMO

sexta-feira, 4 de abril de 2014

SEGURANÇA, eis o problema...


O problema que existe em Itaparica em relação a total insegurança que está tirando a cada dia o direito do povo de ir e vir com um pouco de paz, não está resumida na falta de delegados ou de policiais e sim no total abandono por parte do Governo do Estado e na inércia de nossos representantes junto às lideranças políticas que por aqui aportaram em busca de votos e que, certamente, voltarão nos próximos meses, quando das eleições que acontecerão no próximo mês outubro.
Reconhecidamente se formos justos na análise deste problema que atinge a todos nós, observaremos que além deste abandono, também nos faltam profissionais da polícia verdadeiramente empenhados em suas funções, haja vista que em algumas raras ocasiões tivemos certa calmaria.
Por outro lado, não houve uma verdadeira adesão de apoio à classe, já que a mesma, também em raras ocasiões, se dispôs a manter um vínculo mais próximo com a população e com as autoridades políticas, permanecendo cada qual em seus casulos, o que é totalmente fora de lógica em um Município pequeno, relativamente fácil de ser administrado em todos os sentidos e onde pela lógica existencial e humana, todos de alguma forma se conhecem e, portanto, deveriam estar unidos frente a qualquer possível inimigo.
E a violência física e emocional será sempre em qualquer sociedade o maior inimigo, pois deriva-se basicamente da deseducação e consequente ignorância vivencial de seu povo, alimentando, assim, a continuidade crescente e devastadora de todo tipo de inadequação postural, seja social, política, religiosa ou o que pudermos observar, pois todos estes segmentos, infelizmente, foram jogados em um só balaio de corrupção e vandalismos por todo o nosso país e que, naturalmente, nos atinge sem dó e sem piedade.
Particularmente, no início deste mês de março, propomos a formação de um Conselho de Segurança Pública que viesse de forma inédita dedicar-se a justamente trabalhar as carências deste setor de profunda importância para o Município, deixando claro da necessidade das pessoas que possuem algum poder ou prestígio se unir a nós, deixando os partidarismos, as vaidades, as possíveis antipatias pessoais e etc. e tal, num plano de menor importância, visando-se apenas a busca do bem comum nesta área, mas reconhecendo que teríamos de atingir com olhos de águia e coração de mãe, todos os demais setores sociais de nosso Município.
Bem, resumindo, apenas aquelas pessoas que diretamente procurei aceitaram participar deste movimento cujo nome pode ser igual a tantos outros que se seguiram em outras ocasiões, mas que desta vez, tem como objetivo ser estruturado sobre outro prisma, ficando de fora, toda uma população de políticos, comerciantes, formadores de opinião de vários seguimentos, que se tomaram conhecimento da proposta, sequer se interessaram em saber exatamente do que se tratava.
Vale ressaltar que foi amplamente divulgado através da Rádio Tupinambá desde o mês de fevereiro de 2014.
Portanto, por uma questão de lógica racional deixo algumas perguntas para que se puderem me ajudem a encontrar as respostas:
Por que não houve sequer curiosidade por parte destas pessoas, algumas até mesmo vítimas desta violência?
Quem inventou que político para agir em favor dos interesses do povo, só o faz se motivado em particular?
Quem determinou que por ser autoridade, cada policial, seja civil ou militar, precisa se esconder por trás de títulos, cargos ou uniformes, coagindo a população em geral, quando deveriam a ela se unir em prol de uma harmoniosa e participativa convivência?
Quem inventou que autoridade pública é um espécime raro, intocável e acima de suas próprias atribuições de trabalho?
Por que as pessoas viciaram-se nos seminários, convenções e todo tipo de salamaleques e discriminam as ações simples e humanas de tão somente terem-se propósitos e serem fiéis a eles?
Pois o que constato nestes doze, quase treze anos em que estou à frente de meios de comunicação neste Paraíso terrestre que chamamos de Itaparica é justo uma população dita carente, mas altamente participativa e sempre pronta a se juntar seja lá no que for em prol da solidariedade, enquanto, os chiques e poderosos se mantém silenciosos e tão somente se lamentando, culpando este ou aquele, principalmente se não atendem aos seus interesses pessoais, políticos ou ambos, numa cegueira inexplicável, que infelizmente gerou e gera aparthaids sociais, mãe poderosa de todo e qualquer tipo de violência.
E aí, inevitavelmente, como filósofa social e membro desta comunidade que amo, penso no quanto perdemos em qualidade de vida e grandeza de propósitos com toda esta cegueira e mesquinhez social.
Ainda não contamos, mas neste mês de março, até o presente momento, já conseguimos uma sala quase completa de alimentos não perecíveis, oriundos em sua esmagadora maioria de pessoas e comerciantes simples, residentes em bairros carentes que não pensaram duas vezes para abrirem suas despensas e seus corações para amenizarem a fome alheia, um dos principais motivadores da violência.
Esta é a força da comunicação séria, despertando consciências, alterando posturas.
Tenho ouvido que o itaparicano não é mais bobo e que nas eleições vai fazer a diferença. Prefiro achar que o Itaparicano jamais foi bobo, apenas ingênuo e meio adormecido e que aos poucos, com as devidas motivações, vem despertando para a sua própria dignidade pessoal, partindo de si mesmo, através de suas posturas.
Violência é uma somatória de ações não realizadas, com as quais se constrói uma civilização, uma história, um momento.
- Quem quer faz a hora, não espera acontecer!





quarta-feira, 2 de abril de 2014

RETROSPECTIVA AMOROSA


Posso escrever toda a emoção possível de ser sentida nesta semana que antecede aos casamentos de meus dois filhos, Luiz Cláudio e Anna Paula, justo porque são sentimentos que venho construindo ao longo de minha vida, principalmente a partir de quando começaram a dar seus primeiros passinhos e através de cada um, dos sorrisos ou das primeiras  palavras, desenhei em minha mente, mil vezes como que ensaiando, os caminhos que como mãe coruja, delineava para cada um deles.
Não houve em cada olhar ou toque materno, um instante sequer, onde eu não desejasse ser capaz de cria-los com a devoção necessária para que se transformassem em pessoas que fossem capazes de doar e receber amor, viesse de onde viesse, porque sempre compreendi ser este o caminho mais suave de nos tornarmos criaturas humanas mais felizes.
Jamais os vi como pessoas ricas e poderosas nos meus desejos de mãe zelosa, via-os sempre, sim, como pessoas produtivas, buscando seus sonhos e transformando-os em projetos.
Jamais os via como padrões de beleza a ser copiada com o meu olhar de mãe apaixonada, optando em vê-los distintos e elegantes no trato de qualquer natureza, sabendo como poetas do cotidiano, declamar coragem a si mesmos.
Quis, apenas, vê-los crescer repletos de entusiasmo pela própria vida, aprendendo a valorizar cada pequena conquista como se fosse a maior de todas, transformando assim, seus minutos presentes numa palheta de cores e, de suas vontades voluntárias, seus pincéis, colorindo suas existências.
Vê-los crescer foi extremamente gratificante, pois pude ir percebendo o quanto foram capazes de tão somente absorverem o melhor que fomos capazes de repassar, através de ensinamentos práticos e de afetos explícitos, mas acima de tudo, através da verdade sobre nós mesmos, nossas inseguranças e medos que jamais deles foram  ocultados, porque compreendíamos que somente através da clareza e da verdade, chegaríamos aos seus corações.
Expusemos nossos erros e falhas, fazendo de cada um deles, moldes reais do que não deveriam fazer, criando assim, laços sólidos de uma profunda amizade, de um imenso respeito, numa troca de aprendizado limpo e transparente, abrindo assim, espaço para o bendito senso de interação participativa que ampliou e consolidou o senso de pertencimento mútuo em família, onde cada um de nós foi se tornando guardião amoroso do outro.
Acordei neste instante, absolutamente certa de que mais do que sermos exemplos do ideal de pais, fomos nos tornando casulos quentes e seguros, num jardim amplo e ensolarado de amor, assim como uma espécie de céu brilhante para que nossos filhos em seus imaginários pessoais, traçassem e seguissem seus próprios caminhos nesta vida tão bonita para ser vivenciada.
Fomos amigos e parceiros, mas, acima de tudo, não abrimos mão de sermos pais, exercendo autoridade, contrariando vontades, ajustando emoções.
Particularmente, apliquei muitas palmadas e castigos, falei alto e me irritei contrariando, por completo, todos os caminhos sugeridos pela psicologia que, eu tanto conhecia através de meus estudos, levando-me em certas ocasiões a, até mesmo, questionar meus métodos, crendo estar sendo retrógrada exigente e totalmente na contra mão de uma nova era. Confesso que temi muitas vezes por um provável fracasso, principalmente nos momentos em que as reações foram adversas.
Qual nada, não demorava muito, lá estavam eles reconhecendo seus limites, seus abusos, suas necessidades de, muitos ainda, aprendizados.
E agora, vendo-os com 40 e 26 anos, com total autonomia, construindo suas próprias famílias, confesso que é muito bom, é bom demais!!!!!
 No final das contas, tudo deu certo e só podemos agradecer  ao universo, afirmando sem qualquer dúvida, que a vida é bonita ,é bonita e é bonita.


ESPLENDIDO GOZO

De onde surgiu o meu improviso, não sei precisar, mas, com certeza, sempre foi a minha mais autêntica realidade, custando-me em algumas ocas...