Dizem, e
eu acredito, que toda e qualquer tragédia de alguma forma é anunciada, nós
serezinhos acomodados e distraídos é que estamos sempre a um passo atrás de
nossa capacidade, seja sensitiva ou racional.
Uma vez
que ela acontece, esticamos o dedo anular e como papagaios ficaramos repetindo:
- Eu
avisei!!!!!!
Não é
exatamente assim que procedemos?
Pois é...
A partir
deste infortúnio – atropelamento de um rapaz de 15 anos por uma moto na
ciclovia - que certamente poderia ter sido previamente evitado, rumos coerentes
à lógica e ao bom senso são automaticamente implementados.
Mas e daí?
Afinal,
vidas são perdidas ou desperdiçadas, assim como instantes são consumidos,
corrigindo-se erros primários que a arrogância, o orgulho e até mesmo a falta
de observância podem acarretar.
Detesto o dedo
em riste, seja direcionado a mim ou a quem for, mas não posso me calar diante
do que ocorreu ontem à noite na orla de Itaparica, pois minutos antes do
ocorrido, precisei alertar ao meu marido de uma moto que estava vindo sem
qualquer cerimônia pela ciclovia onde nos encontrávamos conversando, em frente à
Praça da Quitanda.
Penso,
então, que poderia ter sido com ele, caso por lá eu não estivesse, pois por
escutar pouco e estar de costas, certamente teria sido atingido, pois é público
e notório que alguns motoqueiros desconhecem os freios de suas motos e
principalmente o respeito à vida deles e dos demais.
Portanto,
creio eu, na humildade de minhas observâncias, que algo urgente precisa ser
feito para que em um futuro breve de verão que se aproxima, novas situações
semelhantes ou piores venham a ocorrer e, assim, sejam evitados os dedos em
riste e, principalmente, as tão frequentes e desnecessárias tragédias em um
local de beleza e, certamente, de paz inigualáveis.
Mas aí,
colocando a mente para recordar, também é inevitável não se lembrar de quando
Eliana Dumet implantou esta ciclovia, de
como estes mesmos que ora colocam o dedo em riste, também o fizeram, inclusive
apelidando os piquetes de “TIJOLO DE BAIANO”, coisa sem estética, de 3º mundo e
o escambal.
Enfim, o
que desejo ressaltar é que, infelizmente, somos um povinho sem educação, mas
principalmente sem qualquer observância para entender que quando se instala
algo novo é preciso que se avalie o grau de entendimento de seu devido uso,
justo das pessoas envolvidas, pois foi exatamente isto que a competente senhora
observou, afinal, estava-se criando novos hábitos e, para tanto, necessário se
fazia a instalação do óbvio educativo.
Os feios
tijolos, nada mais determinavam além do sentido de limite, que também, afinal,
certas pessoas jamais serão capazes de absorver, pois mesmo em tempos de
TIJOLOS DE BAIANO ou coisa e tal, moleques irresponsáveis desfilavam suas motos,
se bem que reconhecidamente por todos nós em infinita menor escala.
Bem... Entretanto,
reclamar do dedo em riste é bem mais fácil que abandonar o orgulho e reconhecer
que se estava no mínimo equivocado, assim como colocá-lo em riste também é mais fácil que se colocar no lugar do
outro e pensar que também poder-se-ia cometer estes mesmos absurdos.
E será que
eu nunca os cometi?????????
Ser a
palmatória do mundo é sempre mais fácil do que agregar compreensão que, se
tivermos observância, produz infinitas mudanças.
Que este
sábado ensolarado seja uma porção mágica de respeito ao bem comum no coração de
todos nós, pois, afinal, estamos todos em um continuado aprendizado.
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