Três botões de rosas que surgiram e
desabrocharam praticamente ao mesmo tempo, como se houvesse um acordo
pré-estabelecido para que, ao vê-los, minha surpresa fosse ainda maior.
Assim é a vida que se apresenta dividida
em três tempos: o nascer, o vivenciar e o morrer.
A base de todos os meus estudos tem como propósito levar a
criatura humana a buscar o equilíbrio, na aceitação da morte para que esta
compreensão, consiga induzi-lo a uma vivência mais plena quanto ao reconhecimento
desta sua presença na vida e no quanto ela é vulnerável e finita.
Quanto maior é o entendimento e aceitação da finitude, maior
é o respeito ao momento presente, aos instantes que o forma e o qualifica.
A criatura que consegue este grau de compreensão respeitosa
de seu tempo, reconhecendo a certeza de seu fim, que pode ser em qualquer
desses instantes, não se permite maculá-los, destruí-los em nome de
absolutamente nada.
Além disto, a criatura se torna um ser mais forte, mais
objetivo e, acima de tudo, incapaz de aceitar algo ou uma situação que possa
estragar ou destruir o tempo que ainda lhe resta.
Ela simplesmente se torna amorosamente seletiva, não
permitindo invasões que reconhece serem inúteis, tornando-se uma criatura mais
coerente, mais sensata e muito mais respeitosa com os instantes dos demais,
sejam humanos ou não.
Atualmente é possível observar-se os doutores da Educação
formal, defenderem a tese de que os ensinamentos básicos da sustentabilidade do
meio ambiente devem ser inseridos no curriculum escolar.
Penso que seria o ideal, mas creio que se não houver a
inserção do fundamentalismo da vida como um todo a partir de si mesmo, em nada
surtirá efeito, já que a criança precisa prioritariamente se reconhecer vida
para, então, desenvolver a habilidade em conservá-la.
Independentemente de qualquer iniciativa que venha de
encontro ao entendimento dos cuidados que se deva a ter com a melhora do convívio
com o meio ambiente, torna-se necessário que a criança seja induzida a pensar
em si como corpo e mente, parte energética de um todo no qual ela é tão somente
uma fração, mas cuja importância no somatório é determinante.
A criança precisa ser orientada a pensar nas suas ações em
função das reações que delas advirão.
Portanto, as rosas existem em meu quintal e, delas, faço o néctar
destes meus instantes que não sei quando se findarão, mas que por enquanto são
bonitos, muitos lindos e totalmente reais.
Nesses meus instantes presentes, penso em mim e na vida que
represento, penso em você que me lê e penso nas rosas, afinal, conjunto
perfeito de uma mesma grandeza.
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