Hoje acordei
pensando na beleza da vida e, é claro, que logo vislumbrei o tudo de bom com o qual ela se expressa; pensei nos
animais, nas flores e nos frutos, pensei nos mares, rios e cachoeiras, pensei
na terra e pensei no espaço, nas estrelas, no sol ardente e nas tempestades,
pensei nos sons, nas carícias e nos aromas, e em meio a tantos pensamentos,
pensei na estupidez daqueles que nada enxergam além da vaidade de si mesmos,
amparando-se, geralmente, no fracasso de suas miseráveis existências,
alimentados pelos aplausos dos seus sempre existentes afins.
Penso então
na compaixão, no perdão e na generosidade que se precisa ter para com o
grosseiro, o rude e o macabramente insensato, com todo aquele que se alimenta
do próprio fel e que sobrevive como uma cobra peçonhenta, rastejando e
serpenteando os feitos, a glória e os frutos alheios.
Louvada a
vida que se renova a cada instante, lavando a mágoa ou a dor de quem foi
atingido, fazendo nascer a cada instante a resistência bendita a estes débeis
vampiros traiçoeiros que não enxergam luz e muito menos beleza, e que apenas vagueiam sem rumo e sem
prumo, mendigando atenção com suas
vampirescas presenças.
Volto a
pensar nos cajus e nas mangas, generosas obras divinas da natureza que brotam
no meu e no seu quintal, espalhando insistentes seus aromas a cada ano, tão
somente para nos lembrar de que a vida é bonita, é bonita e é bonita.
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