Sinto-me como
uma máquina perfeita, elaborada segundo uma ciência exata, cujos componentes
químicos em um processo criativo de formação e desenvolvimento, permitem-me
sistematicamente, permanecer viva, mas morrendo lenta e gradativamente, num óbvio
assustador quando despertada a devida consciência, mas absolutamente aceitável
quando a esta consciência adiciona-se o conhecimento do ciclo ininterrupto do
processo evolutivo da vida.
Além do
aspecto físico que posso tocar e sentir, sou bem mais, pois sou uma poderosa
energia que, afinal, incessantemente mantem em funcionamento, toda esta máquina,
inclusive, permitindo-me alterar sua original composição, através da forma
pessoal de absorção e compreensão, dos elementos externos com os quais fui ao
longo do tempo convivendo.
Percebo que
todas as alterações, deixaram marcas significativas na carcaça que me abriga,
mas não foram capazes de alterar as vibrações das energias que me conduzem, ao
contrário, descortinam-me a cada instante, a mais gloriosa certeza de que meu
corpo finda, enquanto, eu mesma me eternizo, na transcendência energética de
minha própria consciência.
Agora mesmo me
vejo interagindo com energias sobreviventes a corpos findos de inúmeras
naturezas, cujas outras inteligências universais absorveram, formando assim de
forma contínua e progressiva um elo de força e de continuidade de vida.
Esta
afirmação, não parece óbvia e a psicologia poderá classificar como qualquer uma
de suas conhecidas anomalias, mas para mim que já transcendo a finitude de meu
corpo, adentrando no espaço maior do cosmo que me abriga, sentindo-me, apenas, um
ponto de luz de um ínfimo átomo de suprema importância no contexto universal,
onde vida gera e propicia a vida num constante, ininterrupto e inevitável ciclo
de vida, independentemente da forma e do estilo da carcaça que a abriga.
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