sábado, 13 de abril de 2013

PESADA ÂNCORA...


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Meus sentidos sempre precisaram de novas experiências para que minha mente e o meu todo de criatura naturalmente curiosa estivessem satisfeitos, portanto, jamais me prendi como se em mim houvesse uma pesada âncora.
Gosto de apreciar e de registrar novos horizontes, degustar novos sabores, sentir surpreendentes aromas, e também, deliciar-me com o contato de novas texturas e isto só é possível quando se é verdadeiramente livre para conhecer, desfrutar, sabendo que posso retornar às benditas escolhas que elegi como fundamentais, sem as quais, verdadeiramente, não saberia e com certeza não viveria tão bem, como vivo.
A autêntica liberdade, creio eu, não é sair por sair, desfrutar sem propósitos e sentir aleatoriamente em forma de compulsão contínua, tudo quanto a vida pode me oferecer como se houvesse uma permanente fome existencial a ser dominada, não, ao contrário, sentir-me livre é, antes de tudo, ser comedida nos meus anseios, parcimoniosa nas observâncias de meus próprios desejos e, acima de tudo, ser capaz de distinguir as estações, jamais arriscando meu barco existencial em mares desconhecidos sem o devido planejamento, afinal, nem sempre o apaixonante me é o ideal.
Estou há quatro dias fora de minha Itaparica, de meu trabalho, enfim, de minha seara e já sinto uma saudade imensa que me cutuca, induzindo-me carinhosamente ao retorno e, é claro, não resisto, afinal, já provei do desconhecido, sorvi as delícias das novidades e  pude registrar tudo quanto a minha sensibilidade foi capaz, agora, tá na hora de voltar levando comigo a certeza absoluta que vivi instantes inesquecíveis, em lugares que talvez não digam nada à outros, mas que para mim foram surpreendentes.
Gosto de fechar os meus olhos e recordar sem saudades. Adoro pensar que sou capaz de resgatar através de minhas lembranças, os anoiteceres e amanheceres, os perfumes diferenciados das praias, dos jardins, das pessoas, enfim de cada instante em que me permiti sentir sem a insegurança da posse.
Gosto de pensar que relembrando ou vivenciando, posso a qualquer instante, voltar. E eu, estou voltando, mais rica e mais encantada desta viajem de aparentes óbvios que me foram surpreendentes novidades.

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