Nesta
madrugada, acordo e me vejo fora de minha casa, abro a porta e não ouço os meus
habituais pássaros, as árvores são outras e suas folhas e galhos, não se tocam
naquele farfalhar contínuo e os aromas são muito diferentes, se bem que tudo
que vejo, apesar de não me ser familiar, ainda assim é agradável e bonito.
De onde
estou, posso enxergar uma ponta de uma quase minúscula praia de águas calmas,
cercada de inúmeros coqueiros que parecem querer chegar ao céu com suas esguias elegâncias e ainda
posso ver a noite se despedindo, arrastando consigo o manto de prata com o qual
cobriu o mar.
Também de
onde estou, posso sentir uma agradável brisa, levemente fresca vinda do mar,
que por um breve instante, fez-me arrepiar e, por outro breve instante, fez-me
pensar que retornara ao meu cantinho, donde a cada madrugada, deixo escoar
minhas ideias e meus ideais.
Olho ao
redor e tudo que me parecia estranho vai, pouco a pouco, se tornando mais
íntimo como o iniciar de um amor ou, quem saberá, de uma tórrida paixão, que
vai me tornando afoita e destemida em relação ao desconhecido, levando-me então
a arriscar sentir um novo aroma, gostar de uma nova brisa, acolhendo em meus
sentidos, uma nova e apaixonante sensação.
Penso então,
que viver em plenitude deva ser um pouco
assim, abrindo-se os sentimentos e
deixando-se abraçar pela vida que, amorosa e amiga, só adentra na casa na qual é convidada, e só permanece
se for bem acolhida.
Sinto
saudades dos pássaros, dos cães e dos meus aromas, mas neste instante bendito,
usufruo das novidades, sem culpas ou arrependimentos, pois esta nova e surpreendente
sensação me faz feliz e isto é tudo o que mais importa.
Que neste
sabado, você também possa enxergar e sentir novas sensações, bastando olhar ao
redor, sem medo de ser feliz.
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