Imaginem vocês que, após quase nove anos, fui pela primeira vez na festa tradicional da Lavagem do Beco em Itaparica.
Cheguei atrasada e não assisti a abertura das baianas, mas ainda assim pude constatar a minha querida Itaparica em festa, com o seu povo alegre, cantando, bebendo e esquecendo por algumas horas suas mazelas.
Encontrei gente querida com as quais pude bater um papinho arretado e, querendo ou não, o assunto política sempre vem à tona, e aí, bem... Eu sorrio para não chorar, mas cá pra nós, não é mole não, afinal, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come, pois são tantos os pré-candidatos que se a metade concorrer, os votos serão tão fracionados que se corre o risco de ter candidato vencendo com o percentual de vereador, e estes ganhando com merrecas dantes nem imaginadas.
Lembro-me então do Deputado Justo Veríssimo, aquele do Chico Anísio, que dizia:
- EU QUERO É ME ARRUMAR, E QUE O POVO SE EXPLODA!...
Claro que existem nomes respeitáveis, o que é consolador, mas, ainda assim, o ideal seria que estes se unissem em prol de se dar uma virada nas desmoralizações em que se transformou a política e principalmente às intenções em relação a cidade e suas necessidades básicas.
Que maravilha seria se ao invés de desejarem ser caciques, escolhessem apenas um que fosse dotado de senso comum e que aceitasse um pequeno exército de pessoas que verdadeiramente quisessem mudar os rumos, o perfil e a estrutura hoje tão danificada de nossa cidade.
Devaneios de uma socialista abestalhada?
Com certeza, caso contrário eu teria de acreditar que os mais sérios, alguns até ricos e, portanto, bem sucedidos, encontrariam razões para abafar seus idealismos partidários, despindo-se inclusive das vaidades pessoais para formar uma poderosa força propulsora que fosse mais além dos imediatismos e dos “achismos” para combater toda e qualquer chaga na essência, para que a médio prazo, pudéssemos como povo, que afinal todos somos, vivenciar o que há muito invejamos nas outras cidades, abolir o que condenamos, mas que estamos assistindo invadir a nossa e que cruelmente tem flagelado um dos locais mais belos e bucólicos de nosso país.
E aí, na continuação de meus desesperados devaneios, penso no quanto poder-se-ia fazer se verdadeiramente o amor por esta terra e seu povo falasse mais alto no coração de todo aquele que quer e pode algo realizar.
Afinal, apesar de abestalhada, sonho embasada em exemplos já vivenciados em outros locais brasileiros e estrangeiros, onde o bem comum, a decência política e o respeito e amor a terra, uniram amigos e até mesmo pretensos discordantes em uma sólida e consistente corrente de progresso e solidariedade, onde de verdade todos, sem exceção, saíram ganhando , obtendo uma estabilidade em todos os níveis de atendimento social, o que afinal de contas representa a força maior de independência, salvaguarda a toda e qualquer mazela que de fora quiser invadir, assim como parâmetro de conduta a todo cidadão que passa a resguardar os seus direitos e a cumprir as suas obrigações.
Portanto, a meu ver, de abestalhada convicta, idealismo não se separa das intenções, assim como amor, não se separa do respeito.
Intenções e amor, com certeza serão os temas principais de todos os discursos, cabendo a cada cidadão itaparicano compará-los aos demais já ouvidos e dizer não a toda enganação continuada, cujos rostos no final se parecem, assim como o desrespeito às necessidades que somente cada um pode avaliar onde mais lhe dói.
Abestalhada ou não, preciso acreditar que as coisas irão mudar e, é claro, para melhor, e que para isto acontecer, precisaremos estar unidos com um único propósito, que se chama ITAPARICA.
Quanto ao poder e os trocados a mais que naturalmente todos querem, inclusive eu e você, eles virão naturalmente, bastando apenas um pouquinho de paciência, união e de vergonha na cara, itens difíceis de serem atingidos, mas perfeitamente viáveis de serem conseguidos quando penso nos nomes respeitáveis que estão se propondo à prefeitura e câmara de nossa cidade, paixão de todos nós.
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