quinta-feira, 26 de agosto de 2010

SEGURANÇA PÚBLICA E A BANALIZAÇÃO

Sra. Maria Cecília, Sra. Dinah Lobo, Sr. Edson José, Sra. Lenise Andrade, Sr. Adelmo Pereira, Sra. Eloysa Cabral, Sr. Marlúcio Pereira, Sra. eliana Brito,Sr. God, Mj PM Moraes Filho, Del. Dr. Lúcio

Hoje,o dia foi excepcional em todos os sentidos, pois encontrei pessoas que não via há algum tempo e outras, queridas, com as quais estou sempre convivendo nesta luta diária em prol de uma real melhoria para a nossa Ilha como um todo.

Fomos todos convidados a mais uma reunião da Comissão Municipal de Segurança Pública, no caso específico de Vera Cruz, e na qualidade de representantes da imprensa local, sentimo-nos honrados em sermos convidados a nos tornar membros efetivos da comissão fiscalizadora.

O grupo é pequeno, mas absolutamente solidário no próposito de ter sempre um tempo especial para discutir as necessidades prioritárias da cidade e, é claro, cada qual em seu setor profissional, ir buscar meios de solucionar ou amenizar problemas relativos a esta área, muitas vezes se expondo, infelizmente, às vezes não sendo bem interpretados pelos gestores e seus secretários, enfim, em uma tarefa para poucos que decidiram ser fiéis a seus ideais de manter ou estabelecer uma realidade menos cruel, mais harmoniosa da convivência entre os cidadãos deste que talvez seja um dos lugares mais lindos deste mundo, mas que tal como o restante do país, sofre e se desmantela através da instituição desrregrada da miséria, da corrupção e das drogas, motivadores constantes e impiedosos, promovidos pelo descaso público, que ao longo do tempo vem permitindo a banalização de regras comportamentais e, portanto, valores posturais de fundamental importância que, certamente, representavam limites à violência que se tornou evidente e assustadora à todos sem distinção.

Estiveram presentes o Delegado Dr. Lúcio, que está a frente da Delegacia de Vera Cruz, e o Ilustríssimo Sr. Comandante da 5² CIPM da Ilha de Itaparica, Major Moraes, que, aliás, solicitou que a mesma fosse realizada, pois reconhece a necessidade da participação de representantes das comunidades a fim de, através desta saudável união, encontrar-se caminhos menos traumáticos, mais eficientes de se conter a crescente violência.

Pessoalmente, até então participando anos a fio, tão somente como jornalista e
observadora, constatei desolada que muito deixou-se de realizar, justo porque o poder público, nas figuras dos vereadores e gestores, jamais verdadeiramente se integraram, formando assim uma dura barreira que infelizmente tem servido de parada obrigatória a toda e qualquer iniciativa que deles dependam. E educação, saúde e amparo social, mazelas promotoras da decadência física e emocional das criaturas humanas, só podem ser combatidas através dos recursos oriundos dos governos municipal, estadual e federal, com um apoio comprometido da justiça e da polícia.

E aí, inevitavelmente, enquanto meus amigos expunham suas ideias e opiniões, não pude evitar uma volta ao passado, lembrando-me do quanto era sutilmente tranquilizador a convivência social das autoridades de uma localidade, onde se formava uma espécie de cinturão do poder que, efetivamente, dirigia e gestava, média e pequenas cidades como a nossa querida Ilha de Itaparica.

Em qualquer reunião em que o assunto fosse o bem público, lá estavam o delegado, o chefe da polícia, o Juiz, o promotor, os vereadores, os líderes comunitários, o padre e, é claro, o prefeito. Sim, porque, não pode haver nada mais importante na agenda de tão ilustre figura que os interesses dos cidadãos que o elegeram.

Não é verdade?

Entretanto, ano após ano, esta estrutura foi se rompendo, abrindo brechas por onde foram se infriltrando outras forças que, não menos poderosas, foram ocupando espaços nas instituições sem qualquer distinção e minando as sociedades médias e pequenas, com valores menos sociáveis, que como rastilho de pólvora vem destruindo sem dó e sem piedade o direito maior de cada ser humano que é justo o de viver o seu ir e vir com segurança, sendo respeitado no seu direito de existir com dignidade.

Em algum momento, que não se sabe exatamente quando ocorreu, cada qual revestiu-se da roupagem alegórica de AUTORIDADE, fechando as portas de seus gabinetes, perdendo assim a humanização, impulsionadora maior da não banalização de suas posturas profissionais em relação ao povo do qual representam.

Deixaram de ser autoridades gestoras de uma cidade para serem tão somente mantenedores de cargos, salários e muitas vezes vaidades em detrimento de um bem geral, promovendo silenciosamente a maior das violências, que é a BANALIZAÇÃO.

Com isto, fui percebendo que foi se perdendo a admiração e o respeito que o povo neles depositava e consequentemente a insegurança e a certeza da impunidade passaram a se fazer presente, como uma espada afiada, ceifando ideais que muito poucos, como aqueles l2, presentes à reunião, lutam diariamente com suas próprias sofridas realidades para não perderem.

Agradecemos à querida Dona Cecília, representante ilustre da localidade de Cacha Prego, por mais umas vez nos receber em sua casa de praia e nos oferecer a oportunidade em não deixar que morra em nós a esperança de vermos através de nossas amorosas lutas solitárias, as benditas inspirações que o universo nos ofereçe em forma de vida a cada instante, para que, então, devolvamos em forma de responsabilidade ao bem público, seja ele qual for, em forma de direitos, mas acima de tudo em forma de responsabilidade que, afinal, deveria ser uma sistemática de todos nós.

Bom dia a todos.

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3 comentários:

  1. olha Regina, a minha postagem foi uma prévia, para a leitura da sua. Fico encantada com a delicadeza com que aborda um tema tão pesado. Pesado pelo descaso com que se lida com a vida dos cidadãos, aqueles que são responsáveis e deveriam ser os promotores. Que caminho bonito você percorreu para conseguir mixar a sabedoria divina com a política.Obrigada por tamanho carinho com as palavras.
    Um abraço frateno.

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  2. Esqueci de dizer que fiz escrevi sobre problemas que aconteceram em Vinhedo, e coloquei o link logo abaixo.

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  3. Reflexão lúcida e serena. Obrigatório ler.
    Bem haja!

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