Socorro, quase fui atropelada pelo trem da alegria que, barulhento, chegou e me atraiu a embarcar, mas logo parou por falta de vapor. Também, quem manda eu e um punhado de inocentes úteis nos deixarmos enganar, comprando passagem em trem fantasma?
Preciso lamentar o engano em forma de parábolas, porque afinal o trem é pesado e um tanto desgovernado, prontinho para atropelar todo incauto que se colocar a sua frente.
Por falar em parábolas, penso em Jesus, que a meu ver foi outro inocente útil, sim, falo daquele da Bíblia que nem o Pai , apesar de ser Deus, conseguiu salvar das garras dos meandros políticos, mas quem de verdade acreditaria que um Deus seria pai de um esfarrapado?
E não é que a prática continua, aí sim a todo vapor, pois em se tratando de política, tudo passa a ser uma questão de ajustes, normalmente financeiros, regado por todo o tempo pela força do poder em manipular as ganâncias dos envolvidos em todas as áreas, e bota apetite nisso!!
Entretanto, vai dizer isto a algum deles.
Nossa mãe, o risco é grande!
Se é poderoso, te ferra, e se ainda não é, com certeza está colado em um que seja. E, então, em um só arrobo, aflora o gens escondido da honestidade, sempre amparado nas estruturas judiciais, que implacáveis, pedem as provas das provas e aí é fácil de adivinhar quem acaba ferrado, sim, o tolo do denunciante que, normalmente, não tem sequer prestígio para contratar um razoável defensor, restando tão somente o público, que como o nome já garante, tem estabilidade e não está nem aí e, também , vamos e venhamos, brigar com poderoso, é ruim, heim!!
Sonho de pobre é inspirar aos doutores das leis a simplesmente julgarem sem enxergar a quem. Isso é sonho de inocente útil, burrice sistêmica, falta do que fazer de possíveis condenados por terem o displante de atravessar a vida sem se tornar, no mínimo, amigo de poderoso e ainda criando caso, difamando gente séria.
Afinal cadê as provas, grita o jurista pertinente, absolutamente dentro dos rigores da lei, para o pobre é claro, pois só enxerga no rico e poderoso, a princípio, no meio e no fim, indícios sob sigilo da justiça .
Afinal cadê as provas, grita o jurista pertinente, absolutamente dentro dos rigores da lei, para o pobre é claro, pois só enxerga no rico e poderoso, a princípio, no meio e no fim, indícios sob sigilo da justiça .
E aí, penso novamente em Jesus e no quanto nada mudou.
E se ao invés de filho postiço da ralé judaica, ele fosse filho de sacerdote?
Teria Pilatos lavado as mãos tão rapidamente?
E pensar que tenho tanto o que fazer!!! Inclusive, e principalmente, não me deixar esquecer jamais, que o povo Judeu, para quem Jesus tanto pregou amor e devoção, foi o primeiro a se aliar aos fortes e poderosos, porque povo é assim mesmo, adora aplaudir tudo que tem brilho e glamour, quem afirmou, foi Joãzinho Trinta, aquele do carnaval do Rio, ao adentrar na avenida arrasando com a Escola de Samba Beija Flor de Nilópolis, em resposta ao fato concreto de que nada em se tratando de samba representava.
Detalhes, apenas detalhes que exigiam raciocínio.
E quem queria raciocinar no carnaval? Aí ,é pedir demais!
Na política é a mesma coisa, o que vale é o samba do crioulo doido, fornecendo muito espetáculo para inocentes úteis como eu e tantos mais aplaudirem, ajudando a arrebanhar um tolo povo para admirar a sedução de suas performances, que aqui entre nós, nem assim tão brilhantes se apresentam, mas também para que tanto trato se para o povo endereçado qualquer farrapo é renda?
Tôla, inocente útil!
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