Estou, como sempre, sozinha, neste meu hábito diário de escrever pela madrugada afora, sorvendo o sossego de não ser interrompida e o silêncio que me é de fundamental importância.
É justo nestes momentos, em que me sinto muito à vontade para refletir sobre o que ouvi, enxerguei e senti a respeito de tudo que vivenciei no dia anterior e, é claro, aproveito para delinear minhas atividades para o dia, que sequer começou para a maioria, mas que para mim já está a todo vapor.
Entre um pensamento e outro, escrevo palavras, registrando impressões, desabafando decepções, criando soluções, porque, afinal, sou antes de tudo uma filósofa social, sempre voltada à qualidade de uma vida que reconheço estar banalizada em todos os sentidos. Entretanto, como jamais esqueço que também sou uma cronista, introduzo por todo o tempo minha visão pessoal em forma de crítica, mas jamais sem deixar de adicionar a ela pelo menos uma idéia de solução.
Tudo muito bacana, tudo muito respeitado, mas e daí, se ninguém de verdade aproveita uma só sugestão, em sua maioria fazendo exatamente o inverso, justo porque, quando penso e articulo sugestões, direciono vantagens ao contexto geral, jamais individualmente e muito menos em causa própria, assim como uma abestalhada frente ao sistema que me encontro, onde as pessoas agem exatamente ao contrário.
E aí, em momentos como o de agora, constato que algumas pessoas subestimam a minha capacidade avaliativa, acreditando que eu creio em suas boas intenções ou que novamente sou mais uma abestalhada a crer em suas balelas públicas.
Há quem derrame até lágrimas de convencimento, outros, fazem discursos calorosos e tem aqueles que defendem a postura do sério, do honesto, do acima de qualquer suspeita.
Ah!... São tantas as performances.
Ah! Como pode ser criativo o ser humano na defesa de seus propósitos e em se tratando de políticos o manancial é ainda mais extenso, afinal um aprende com o outro em um permanente curso intensivo de articulações de todas as naturezas, porque, enfim, trata-se por todo o tempo da sobrevivência em arena repleta de leões famintos na defesa de seus próprios e absolutos interesses.
E, em meio a esta parafernália emocional e postural, estamos nós, os abestalhados de plantão, pensando no quanto seria bom se fizessem isto ou aquilo, nesta ou naquela área, na esperança de, em dado momento, sermos ouvidos e considerados.
É... infelizmente os dias passam e nada muda a favor verdadeiramente do povo e, enquanto isso, os cofres públicos se esvaziam, deixando faltar o mínimo básico, como uma razoável merenda escolar, postos de saúde abastecidos dos principais medicamentos e aparelhagens mais do que básicos, que são fundamentais e etc... pois são tantos os itens desconsiderados que certamente eu necessitaria de inúmeras outras laudas.
E aí, novamente penso na força que o povo desconhece possuir, justo porque tal conscientização adviria dos bancos escolares, lugar que deveria ser sagrado quanto à formação de uma sólida e autêntica cidadania.
No entanto, qual o político que de verdade se importa com este pequeno, mas fundamental item, que deveria ser sua prioridade intencional máxima?
E aí, nada muda, década após década, ficando o povo recolhendo migalhas e dando ainda graças a DEUS, porque afinal somente ele garante as forças que o mantém de pé.
Penso então na ilha de Itaparica, linda!
E tão largada a sua própria sorte, literalmente jogada às baratas, aos ratos,às doenças, à educação quase que inexistente e a falta de conscientização do absurdo por todo o tempo, imposto ao povo, através da constante especulação de poucos.
Abestalhada, talvez. Cúmplice, jamais!...
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