domingo, 18 de outubro de 2009
Constatação Educacional
O ideal é que eu tivesse formação acadêmica específica sobre a área que eu fosse abordar, mas como não tenho utilizo minha sensibilidade avaliativa e meus valores interpretativos que não podem ser desconsiderados, pois estas qualificações são fundamentais até para uma mais ampla assimilação de aprendizado acadêmico.
Aliás, este é o tema destes meus escritos nesta manhã de domingo, onde apenas é possivel ouvir-se os sons dos cantos dos pássaros, pois é muito cedo e todos ainda dormem.
Ontem, fui assistir a apresentação de artigos, que não chegam a ser monografias, de alunos de uma certa faculdade que se propõe à formação de professores e pedagogos.
Deixo claro que não há em minhas palavras qualquer conotação de desprestígio ou desrespeito, apenas e tão somente mais uma constatação do quanto os padrões de qualidade se alteraram, passando a novos patamares, já absolutamente incorporados às praticas diárias, uma vez que os avaliadores atuais já fazem parte de um esquadrão com idéias e formações, a meu ver, fragilizadas na qualidade de seus conteúdos e distorcidas quanto a forma de aplicabilidade.
Esta é uma comprovação que na prática se reflete na produção cada vez mais intensa de profissionais despreparados ao exercício de sua profissão de mestres e educadores.
Consequentemente, a proliferação de alunos mal formados ganha proporções alarmantes, mantendo-se um ciclo vicioso que a cada década mais se expressa inadequadamente.
Como disse anteriormente, apesar de não ser da área e não estar academicamente qualificada, ainda assim, consigo ao perseguir a lógica de um raciocínio, enxergar falhas posturais na apresentação dos resultados, a começar pelo total despreparo dos mesmos para enfrentar uma platéia, o que é no mínimo uma incoerência em relação às suas futuras realidades profissionais de professores, que necessariamente exigirão desembaraço diariamente.
Outro aspecto observado, foi justo o engessamento intelectual em relação a conceitos já pré-estabelecidos e que notoriamente são necessários à formação, mas que em hipótese alguma deveriam representar um inibidor criativo.
Pergunto o que seria do mundo científico e tecnológico se não houvessem mentes criadoras, inovando com seus intelectos, aspectos cruciais evolutivos de qualquer natureza.
Parece-me que quanto mais fontes são geradas com o intuito de facilitar o aprendizado, mais limitado o estudante se torna.
E foi isto exatamente que me chamou a atenção no evento da apresentação dos artigos.
Não houve uma só inédita visão sugestiva, uma opinião diferenciada, uma concordância embasada ou uma discordância acompanhada de uma visão pessoal.
Penso, então, que não houve riscos e que sem tal postura também não há crescimento inovador e para tanto compreende-se que, para se tornar uma constante no universo pessoal de cada aluno, seria preciso que o exercício mental criativo fosse estimulado, e isto não se adquire nos cursos secundários, sendo necessário um longo período de prática, que deve começar no ensino fundamental, onde então a criança, sem qualquer bagagem intelectual, se encontra aberta e pronta à receber os estímulos que a conduzirá a um universo diversificado, rico e fascinante, que é o mundo da criatividade imaginativa.
Observei fascinada que minhas constatações, que aqui expresso em forma de uma crítica amorosa, se estenderam a uma realidade impossível de deixar de ser registrada e enaltecida, que foi a observação da superação das deficiências sociais que envolvem cada uma daquelas criaturas, independentemente de serem mestres ou alunos.
Infelizmente, a Bahia e o nordeste mantem um atraso educacional histórico, além de um indice não menos aflitivo de pobreza que atinge um significativo patamar de não desenvolvimento sócio econômico.
E estas criaturas foram superando as suas profundas limitações, e a elas e aos seus esforços, curvo-me humildemente, rogando que minhas observações sejam vistas como uma forma de indução a seguirem em frente buscando maiores e pessoais conhecimentos em suas andanças profissionais, compreendendo que antes de buscar o aplauso fácil e social, busquem a segurança de seus conhecimentos estruturados em suas buscas pessoais de entendimento próprio e nos profissionais que os precederam na busca incessante de novas visões evolutivas.
O aplauso, tão somente como expressão social, estimula a inércia mental, tornando-se margens limitadoras, onde o brilho pessoal não encontra campo de desenvolvimento.
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