Ontem, dia 07 de julho, compareci a uma reunião em Amoreiras, Itaparica. O convite foi feito pela secretaria de ação social daquela cidade. A condução da pauta ficou a cargo da Sra. Lúcia -secretária - e de sua colaboradora, Sra. Márcia - assistente social.
Em dado momento, comecei a perceber a total desnecessariedade daquele encontro com os munícipes e me lembrei dos inúmeros outros em que havia estado presente, cujos resultados foram inexistentes, pois a pauta estava fora do contexto da realidade de cada criatura participante, que no mínimo desejava interagir, consciente de que suas reivindicações seriam ouvidas e atendidas, na medida do possível.
Mas como, se gestão após gestão os problemas só crescem?
De que se adianta pedir isso ou aquilo, se na realidade só é feito o que para a gestão é possivel?
Percebem a perda de tempo?
Não seria mais lógico, fazer-se essas reuniões para expor aos munícipes suas possíveis e realizáveis ações?
Creio que no mínimo, diminuir-se-ia o grau de decepção, hoje tão evidente, além de se restaurar também um mínimo de crédito a qualquer gestão que se apresente, possivelmente atraindo um número mais expressivo de criaturas verdadeiramente voltadas à discutirem as ações e suas formas de aplicabilidade mais condizentes com suas realidades cotidanas,já que o constatável nos últimos, digamos, 10 talvez 15 anos, são pessoas que sequer, em sua maioria, sabem o que significa serem cidadãos e tudo o que compreendem é que não foram atendidos em suas necessidades, que afinal lhes foi garantido que seria em campanhas eleitorais. E o ciclo se repete a cada período de quatro ou 8 anos, sem que as realidades se transformem à favor dessas criaturas crédulas que servem apenas à um propósito: que é o de votar nas eleições, novamente acreditando, ou melhor, se fazendo acreditar, que desta vez vai ser diferente. Com certeza vai, para todo aquele que está no poder, basta observar:
- Alguem ja presenciou político ou alguém da família deles:
a- andando de ônibus;
b- andando à pé, que não seja para angariar votos no período eleitoral;
c- filho de político estudando em colégio público e tendo de comer a merenda;
d- usando os serviços dos postos de saúde ou tendo de apanhar ficha pela madrugada para se consultar;
e- Pisando em lama, desviando de buracos, correndo do cachorro abandonado ou limpando fezes de cavalo ou qualquer outro animal em sua porta.
f- Ou, talvez, tendo que ser até maltratado pela impaciência de um funcionário público.
Pois é, a lista com certeza pode ficar enorme, tão somente com o que nós, criaturinhas insignificantes chamadas de povo no coletivo, precisamos vivenciar, completamente fora da realidade desses ilustres senhores e senhoras que inclusive em suas maiorias, também, já estiveram nesta categoria, mas que ao galgar o tão desejado poder, derrepente ,como num passe de mágica, perdem a memoria, e cá pra nós, quem quer se lembrar que já foi Zé Povinho?
Mas,voltando à reunião, acredito nos sinceros empenhos daquela secretaria, mas como apenas estavam cumprindo mais um programa exigido pelo governo estadual ou federal, continuaremos, como é de costume, na estaca zero. E aí, aquelas criaturas que alí estiveram, sairam de lá acreditando, algumas mais confiantes, é claro, de que desta vez será diferente e com certeza engrossarão em breve a multidão de descontentes que perderam os parâmetros norteadores de qualquer lógica cidadã.
Bom seria se cada programa governamental fosse adaptado aos moldes da necessidade específica de quem o vestirá, aí sim, ouvindo os interessados e direcionando na medida do possível as verbas recebidas.
Bem... este é o propósito, no entanto, no percurso as intenções se perdem e os valores monetários são frutos que poucos têm oportunidade de usufruir. Pois é, fico pensando no quanto poderia ser realizado se, de verdade, intenções e moedas se encontrassem na feitura de ações de melhoria em cada uma das comunidades desta ilha de todos nós.
Acredito que poderemos enxergar e sentir mudanças apenas quando existir tambem no propósito de um gestor somada a todas as outras que ele tem direito, o propósito de se tornar pioneiro quanto a uma mudança de filosofia gerencial, onde o povo certamente deverá ser o alvo principal em uma restauração de posturas de ambos os lados, através de uma conscientizaçaõ de valores sociais que só podem advir de planos e projetos revestidos de seriedade educacional, induzindo cada criatura a se sentir um cidadão disposto a ser um doador participativo, ao contrário do que se apresenta até então, que afinal é tão somente um cobrador frustrado e desiludido.
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