domingo, 31 de março de 2019

FOI ASSIM...



Eu só tinha 14 anos quando aconteceu a intervenção militar que insistem em chamar de ditadura.
Não li nos livros, não aprendi com nenhum professor, porque eu estava lá, no coração do Rio de janeiro, tendo como vizinho mais próximo, Zuzú Angel e pude ver de perto a dor de uma mãe desesperada, assim como do Dr. Alex, que mudou-se rápido do prédio onde eu morava , deixando em nossa porta uma mala com um bilhete, onde se desculpava e pedia que déssemos fim a aqueles livros lá armazenados.
Vi pela TV, a cavalaria dispersando na Av. Rio Branco os manifestantes e sinceramente, mais nada. Sabíamos que Castelo Branco havia assumido a presidência e durante muito tempo, em várias ocasiões eu o encontrei caminhando as seis horas da manhã com o então Marechal Eurico Gaspar Dutra, na rua Aníbal de Mendonça, tendo como segurança, apenas um carro preto com o seu motorista, cumprimentava a todos de forma cordial e jamais assisti ou soube de alguma alteração naquela tranquila rotina, onde certamente articulavam estratégias políticas.
Mais adiante, trabalhei no Diário de Brasília, jornal de Minas e Diário de Minas sem qualquer problema relativo aos militares.
Fiquei cinco anos afastada de qualquer meio de  comunicação, não por censura ou repressão do atual governo, mas porque briguei publicamente com o dono de um dos jornais. Era um tempo machista, onde mulheres determinadas, sofriam pressões e retaliações e o referido “poderoso”, a quem mais adiante arrependido, tornou-se um amigo a quem devo inúmeros favores, naquele momento, cuidou para que eu fosse calada, utilizando-se de capangas pessoais e intimidações.
Pois é, às vezes, mesmo naquela época coisas assim aconteciam, surpreendendo-me.
Penso então, que a história foi reescrita com pinceladas de terror, que na verdade existiram nos porões das delegacias, mas somente com todo aquele envolvido com um comunismo, disfarçado de socialismo que roubava, matava e acreditava que os meios justificavam o fim.
Bem, o propósito desta minha narrativa é tão somente para deixar claro que pessoalmente, não creio que se deva mexer mais no passado, no mínimo em respeito aos ainda meninos e meninas que foram aliciados em uma ideologia mentirosa e tombaram pela ingenuidade de suas inexperiências de todas as naturezas, não só política como da maldade humana.
Reparem que as cobras já criadas, estão bem fortezinhos e ainda recebendo pensão pelos danos que não sofreram e insistindo no recrutamento de mais jovens nas universidades em prol de uma luta que garanta a eles o retorno ao poder.
Respeitemos portanto, os meninos e meninas que aderiram apaixonadamente uma guerra que verdadeiramente acreditavam ser a favor da pátria e paremos com este horror em demonizar as forças armadas no cumprimento de suas atribuições e de usarem sem qualquer ética as mortes e desaparecimentos de jovens que não tiveram a chance de uma vida longa, como a maioria dos líderes esquerdista da época que incansáveis em suas alucinações de grana e poder, insistem em destruir o nosso Brasil.
Durante dezesseis anos estiveram no poder, tapearam com algumas ações ditas sociais, iludiram as pessoas dando-lhes um crédito capenga para compras desmedidas, quando na realidade deveriam ter recebido educação de qualidade para buscarem suas benécias pessoais.
A maioria que fala em ditadura, jamais leu um relato do que seja uma desgraceira ditadura de verdade. E quem os induz a gritar tantas asneiras, bem conhece e foge delas, apenas se utilizam das mesmas para esconderem suas fortunas roubadas dos cofres públicos brasileiros.
Creio que nada temos a comemorar depois de quase três décadas, apenas lamentar que os militares tenham aberto espaço para que os ratos saíssem dos porões.
Não sou de direita e nem de esquerda, apenas uma cidadã narrando sua própria experiência.
Hoje, aos 69 anos, reconheço que fui feliz e livre numa época que dizem ter sido de chumbo.


Um comentário:

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