Sou fruto de
uma geração que nasceu e se desenvolveu em meio a um turbilhão de movimentos
transformadores de todos os níveis, pois a cada dez anos, os pipocos
revolucionários de hábitos, costumes, ciência e tecnologia, não deram trégua
suficiente para as devidas assimilações, levando-me entre trancos e barrancos, ao
estabelecimento de limites e avanços, fosse nos campos emocionais, mentais e
comportamentais em meio a uma também sociedade fragilizada, cujos balizadores foram
calcados nos valores de seus colonizadores e que se via frente a inserção de
tantos outros, sem que houvesse estrutura de um perfil próprio e consolidado,
de onde pudesse extrair parâmetros avaliativos.
Em sete
décadas, aprendi a falar, a me calar, me desnudar, me sexualizar, me proteger e
sobreviver a sucessivas inserções, assim como fui enveredando sem entender verdadeiramente numa
realidade cibernética complexa e invasiva que abriu as portas e janelas do mundo,
deixando adentar um mar incalculável de informações que, trouxe-me
conhecimentos diferenciados, exigindo um discernimento quanto as opções de escolha
que jamais estive preparada para exercer..
Nasci e
cresci muito íntima do mar e talvez, somente ele, tenha sido capaz de
representar hiatos de paz e real aprendizado em toda a minha trajetória, mesmo
levando-me a descobrir a adaptabilidade necessária ao seu convívio diário, extraindo
as nuances de sua infinita diversidade, aprendendo a identificar seus perigos e
aconchegos.
Cinco
décadas se passaram e, novamente me situei bem próxima de meu mar professor e
amigo, acreditando que ele, tudo havia me ensinado e que eu o conhecia; qual
nada...
A cada dia, suas
lições continuam a moldar-me, seja através dos abraços mansos, mornos e
acalentadores que despertam em mim, múltiplas emoções que guiam novos e
surpreendentes aprendizados emocionais, seja através da quase rudeza em
alertar-me quanto, a lógica de que nada é permanente e que tudo é mutável.
E foi em meio aos acalantos marinhos que pude finalmente
compreender que tragédias como a que ocorreu na manhã do dia 13 deste mês, na
cidade de Suzano em São Paulo, é tão somente, mais um dos infinitos pipocos de
extrema visibilidade de desequilíbrio social, cujas razões não podem ser avaliadas
simplisticamente em meio a um mar profundo de diversidades morais, éticas,
estéticas de valores variados, com o agravante do imediatismo de como a
humanidade está sendo conduzida entre as ondas bravias e constantes de um mar
social, onde busca-se a sobrevivência de todas as naturezas, sem que haja tempo necessário para se assimilar,
exercitar e aplicar o bendito acalanto amoroso, tão necessário e imprescindível
a mente e a alma de qualquer mortal.
Percebo que
a cada dia, vamos perdendo as características que nos diferenciam dos demais
animais sem que como eles, sejamos capazes de manter o senso bendito de
pertencimento espacial, pois velozmente, estamos destruindo tudo quanto é capaz
de nos manter vivos.
E aí, tantos
conhecimentos para que servem mesmo?
Cinquenta
décadas passaram e, novamente me situei bem próxima de meu mar professor e
amigo, acreditando que já o conhecia, qual nada...
A cada dia, suas
lições continuam a moldar-me, seja através dos abraços mansos, mornos e
acalentadores que despertam em mim, múltiplas emoções que guiam novos
aprendizados emocionais, seja através da quase rudeza em alertar-me quanto, a
lógica de que nada é permanente e que tudo é mutável.
E foi em meio aos acalantos marinhos que pude finalmente
compreender que tragédias como a que ocorreu na manhã do dia 13 deste mês, na
cidade de Suzano em São Paulo, é tão somente, mais um dos infinitos pipocos de
desequilíbrio, cujas razões não podem ser avaliadas simplisticamente em meio a
um mar profundo de diversidades morais, éticas, estéticas de valores variados,
com o agravante do imediatismo de como a humanidade está sendo conduzida entre
as ondas bravias e constantes de um mar social, onde busca-se a sobrevivência
de todas as naturezas, sem que haja
tempo necessário para se assimilar, exercitar e aplicar o bendito acalanto
amoroso, tão necessário e imprescindível a mente e a alma de qualquer mortal.
Percebo que
a cada dia, vamos perdendo as características que nos diferenciavam dos demais
animais sem que como eles, sejamos capazes de manter o senso bendito de
pertencimento espacial, pois velozmente, estamos destruindo tudo quanto, é
capaz de nos manter vivos.
E aí, tantos
conhecimentos para que servem mesmo?
Nunca
estivemos na história da humanidade mais interligados e com voz que o mundo
pode ouvir, e também, jamais estivemos tão solitários e isolados num crescente
separatismo de todos os níveis.
Vivemos a
era das incoerências e inconsequências.
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