sábado, 16 de março de 2019

NOS ÚLTIMOS 70 ANOS



Sou fruto de uma geração que nasceu e se desenvolveu em meio a um turbilhão de movimentos transformadores de todos os níveis, pois a cada dez anos, os pipocos revolucionários de hábitos, costumes, ciência e tecnologia, não deram trégua suficiente para as devidas assimilações, levando-me entre trancos e barrancos, ao estabelecimento de limites e avanços, fosse nos campos emocionais, mentais e comportamentais em meio a uma também sociedade fragilizada, cujos balizadores foram calcados nos valores de seus colonizadores e que se via frente a inserção de tantos outros, sem que houvesse estrutura de um perfil próprio e consolidado, de onde pudesse extrair parâmetros avaliativos.
Em sete décadas, aprendi a falar, a me calar, me desnudar, me sexualizar, me proteger e sobreviver a sucessivas inserções, assim como fui  enveredando sem entender verdadeiramente numa realidade cibernética complexa e invasiva que abriu as portas e janelas do mundo, deixando adentar um mar incalculável de informações que, trouxe-me conhecimentos diferenciados, exigindo um discernimento quanto as opções de escolha que jamais estive preparada para exercer..
Nasci e cresci muito íntima do mar e talvez, somente ele, tenha sido capaz de representar hiatos de paz e real aprendizado em toda a minha trajetória, mesmo levando-me a descobrir a adaptabilidade necessária ao seu convívio diário, extraindo as nuances de sua infinita diversidade, aprendendo a identificar seus perigos e aconchegos.
Cinco décadas se passaram e, novamente me situei bem próxima de meu mar professor e amigo, acreditando que ele, tudo havia me ensinado e que eu o conhecia; qual nada...
A cada dia, suas lições continuam a moldar-me, seja através dos abraços mansos, mornos e acalentadores que despertam em mim, múltiplas emoções que guiam novos e surpreendentes aprendizados emocionais, seja através da quase rudeza em alertar-me quanto, a lógica de que nada é permanente e que tudo é mutável.
E foi  em meio aos acalantos marinhos que pude finalmente compreender que tragédias como a que ocorreu na manhã do dia 13 deste mês, na cidade de Suzano em São Paulo, é tão somente, mais um dos infinitos pipocos de extrema visibilidade de desequilíbrio social, cujas razões não podem ser avaliadas simplisticamente em meio a um mar profundo de diversidades morais, éticas, estéticas de valores variados, com o agravante do imediatismo de como a humanidade está sendo conduzida entre as ondas bravias e constantes de um mar social, onde busca-se a sobrevivência de todas as naturezas, sem que  haja tempo necessário para se assimilar, exercitar e aplicar o bendito acalanto amoroso, tão necessário e imprescindível a mente e a alma de qualquer mortal.
Percebo que a cada dia, vamos perdendo as características que nos diferenciam dos demais animais sem que como eles, sejamos capazes de manter o senso bendito de pertencimento espacial, pois velozmente, estamos destruindo tudo quanto é capaz de nos manter vivos.
E aí, tantos conhecimentos para que servem mesmo?
Cinquenta décadas passaram e, novamente me situei bem próxima de meu mar professor e amigo, acreditando que já o conhecia, qual nada...
A cada dia, suas lições continuam a moldar-me, seja através dos abraços mansos, mornos e acalentadores que despertam em mim, múltiplas emoções que guiam novos aprendizados emocionais, seja através da quase rudeza em alertar-me quanto, a lógica de que nada é permanente e que tudo é mutável.
E foi  em meio aos acalantos marinhos que pude finalmente compreender que tragédias como a que ocorreu na manhã do dia 13 deste mês, na cidade de Suzano em São Paulo, é tão somente, mais um dos infinitos pipocos de desequilíbrio, cujas razões não podem ser avaliadas simplisticamente em meio a um mar profundo de diversidades morais, éticas, estéticas de valores variados, com o agravante do imediatismo de como a humanidade está sendo conduzida entre as ondas bravias e constantes de um mar social, onde busca-se a sobrevivência de todas as naturezas, sem que  haja tempo necessário para se assimilar, exercitar e aplicar o bendito acalanto amoroso, tão necessário e imprescindível a mente e a alma de qualquer mortal.
Percebo que a cada dia, vamos perdendo as características que nos diferenciavam dos demais animais sem que como eles, sejamos capazes de manter o senso bendito de pertencimento espacial, pois velozmente, estamos destruindo tudo quanto, é capaz de nos manter vivos.
E aí, tantos conhecimentos para que servem mesmo?
Nunca estivemos na história da humanidade mais interligados e com voz que o mundo pode ouvir, e também, jamais estivemos tão solitários e isolados num crescente separatismo de todos os níveis.
Vivemos a era das incoerências e inconsequências.





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