Acabo de ler
uma reflexão que minha amiga Cida Sacramento postou sobre o lixo e
imediatamente lembrei-me do repeteco diário que eu e Roberto constatamos nas
praias de Ponta de Areia e Boulevard que sempre nos surpreende pela variedade e
abuso.
Mas precisamente
hoje, no Boulevard, a maré estava abaixando e lá estavam os detritos sórdidos de
um povo sem educação, independentemente de seu nível financeiro/social.
Da fralda
suja de fezes, absorventes, camisinhas, tampinhas de refrigerantes e água mineral,
garrafas e copos plásticos, até, papeis de bala.
Tenho
testemunhado, pessoas entrando na água com latinhas de cerveja, bolinhos de
acarajé, embrulhados em guardanapos que em seguida, são deixamos no mar, como
se este, fosse sua lixeira particular.
Tristeza e
melancolia é tudo que sinto, pois raiva e revolta já compreendi não ter espaço
para sentir, pois, entendo, que tais posturas são absolutamente naturais para
estas pessoas, pois jamais aprenderam, fosse em casa ou na escola, nas idades
adequadas, os princípios básicos de civilidade e respeito a si e aos demais,
quanto mais em relação ao planeta.
Sinto que a
humanidade será dizimada pelo lixo que produz e descarta irresponsavelmente.
Portanto,
sensibilizar-nos com as enchentes e desabamentos é tão somente, mais uma forma hipocritamente
consciente de ainda querermos nos sentir racionais e emocionalmente capazes.
Na
realidade, perdemos o bonde, o metrô, a moto, o carro ou avião e até mesmo as
pernas em um certo momento, que já não sabemos exatamente quando, por não
sabermos assimilar tantas informações, camuflamo-nos em pessoas antenadas, mas
totalmente não providas da lógica de vida e liberdade, transformando-nos em
vampiros existenciais.
As desgraças
que tão explicitamente a mídia explora na busca de audiência, nada ensinam,
apenas registram a cada edição, mais um horror que logo é esquecido em prol de
outra, num pouporri sem tréguas de loucura e devastação.
Então, como
não posso frear esta insanidade, cuido silenciosamente da minha sempre possível
estupidez, evitando ser mais um a destruir o esplendor da vida.
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