No final dos
anos 70, em plena ditadura militar, por conta da Semana Santa que se aproximava,
escrevi numa edição do extinto Jornal de Minas, em Belo Horizonte, uma crônica
com o título ”OS ABUTRES TAMBÉM CHORAM”.
Este meu
escrito custou-me cinco longos anos de ostracismo, onde não pude exercer a
minha profissão, o que me direcionou a outra atividade, pois precisava
trabalhar para viver.
Foram anos
de muita tristeza por estar afastada, pela arrogância, de minhas amadas
atividades, mas nem por um segundo sequer arrependi-me, pois estava consciente
das minhas convicções, fortalecendo com a dor da injustiça, meu sentido maior
de ética e respeito ao meu direito de opinar e de registrar minha visão sobre o
que, na época, já entendera ser uma política rasteira e pouco voltada aos
interesses do povo.
Trinta e
poucos anos se passaram e, novamente à mercê do autoritarismo, me vejo sendo
chantageada publicamente, a fim de me constranger e me fazer capitular nas
minhas visões de bem comum e no meu direito profissional de livre expressão e
opinião, assegurados pela Constituição Nacional.
Em minha
crônica de anos passados, conclui, escrevendo:
- “SENHOR PERDOAI-OS, PORQUE NÃO
SABEM O QUE FAZEM”.
Hoje, depois
de tantos anos e aprendizados sobre políticos, concluo, tão somente afirmando:
- “SENHOR, PORQUE TANTO HORROR
PERANTE OS CÉUS? ”
Usar o
plenário para legislar em causa própria é no mínimo uma falta de respeito e
ética ao local direcionado aos interesses do povo, além do desperdício do
erário público.
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