...que destroem o real significado de se sentir existindo, já que distraem as atenções, direcionando-as para os imediatismos, cujos brilhos intensos, são por todo o tempo, ofuscados cada vez mais a miúde pelas desgraceiras de todas as ordens posturais e emocionais, que por estarem absurdamente popularizadas, induzem a crença de que a vida é assim...
Como assim?
Afinal, se tudo está fluindo dentro dos padrões sociais evolutivos, como se explica a presença constante das violências, tirando de cada ser humano, qualquer entendimento de que é possível viver sem que a cada instante, precise igualar-se as hienas e carcarás em disputas sanguinolentas pelas carcaças da sobrevivência, deixadas pelos tigres e leões deste sistema malvado?
Penso nisso em todas as ocasiões em que com o controle remoto em mãos, mudo de canal quando o pior da raça humana é exposto como se fosse, carne fresca no balcão do supermercado das informações ou das novelas e filmes com rótulos e designes atrativos, nefastos modelos acirrados das transformações sociais.
Fuga?
Sim... porque haverei de comer carne podre, se tenho também o sempre saudável para alimentar a minha fome de vida?
Prefiro os sempre surpreendentes aromas, sabores e texturas que resistentes, permanecem mesmo capengas, ainda se exibindo para o meu deleite.
Prefiro amar a diversificada e não tão difundida beleza da vida, já que há muito, percebi que apesar de trabalhosa, também é inspiradora, capaz de ser a única opção que verdadeiramente, faz com que eu me sinta livre, bem alimentada e ainda muitas vezes, também capenga, mas serena o suficiente para a cada amanhecer, teimosamente dizer a você que me lê, que a vida pode ser maravilhosa.
Regina Carvalho- 31.10.2024 Itaparica
Nenhum comentário:
Postar um comentário