Bem, quando
eu era garota, e isso já faz pelo menos “duzentos anos”, a hipocrisia social
que é claro não sabia do nome, mas que reconhecia sensitivamente, sempre me incomodou.
Aos poucos
fui tomando consciência do mal-estar que aquela percepção me causava e
identificando suas características repetitivas e instintivamente mantive-me a
uma certa distância do perigo de contágio.
Bem, o
resultado desta postura ao longo destes pelo menos “200 anos”, levou-me a
exclusão de grupos e cooperativas de ideias e ideais, impedindo-me, por exemplo,
de seguir auferindo os meus mais valiosos prêmios pelas lutas infinitas apreendidas,
pois, afinal, o sistema duro e selecionador foi restringindo uma vez que não
daria asas a cobra de jeito nenhum, todavia, mesmo podador, não foi
suficientemente safo para tirar de mim a bendita dignidade pessoal que sempre
me permitiu compreender com exatidão os reais e preciosos valores existenciais
que fortaleceram esta longa vivência, salvando-me das ratazanas, tigres e leões,
cujas voracidades se igualam perante a fome da grana e do poder.
Hoje, curtindo
os meus bem vividos “duzentos anos”, ainda conservo fresquinha a mesma visão do
possível respeito humano, o mesmo repúdio à indiferença social, a mesma garra
em acreditar que vale a pena não se deixar contaminar, numa ideologia em favor
da vida, do real desenvolvimento e do constante bem-estar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário