quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

LAMENTO DE UMA CIDADÃ



Votei em Bolsonaro, mas não concordo com a proposição do texto da Reforma da Previdência, apesar de entender que a mesma é urgente e indispensável. Todavia, em um país onde a desigualdade social é absurdamente expressiva, creio que a mesma deveria acontecer de cima para baixo, já que o povo trabalhador espera no mínimo não ser mais penalizado.
Antes de corrigir distorções dos menos favorecidos, que tal, focar nos excessos possíveis de serem detectados na classe política, policial, militar e judiciária, casta de privilegiados, também indiscutível?
Afinal, convenhamos que não há uma só classe que se exponha mais em seu cotidiano pessoal e profissional que o comum trabalhador. Portanto, antes de analisarem tão profundamente os “abusos” que hoje são oferecidos aos que recebem salários ridículos se comparados a outros tantos, por que não se dedicarem a cortar benefícios daqueles, cujos salários dão inveja a qualquer trabalhador, mundo afora.
Viúva de um trabalhador miseravelmente assalariado, come menos que viúva de magistrado, militar ou político?
Estamos vivendo de forma assustadora a hipocrisia no seu mais alto tom de afronta à todo aquele que não aceita de pronto, modismos e polinizações de ideias e posturas em todos os segmentos sociais, como se cada pessoa se transformasse em fantoche de modelos pré -estabelecidos pelos interesses sempre de grupos que visam amparar os seus próprios interesses com a legitimidade do voto e tendo como escudo uma constituição que, justamente, no quesito de guardião do povo é omisso, nas mais primárias de suas necessidades.
Votei esperando uma mudança ampla e irrestrita e tudo que venho assistindo, lendo e ouvindo são cópias de velhas posturas de ajustes e acordos, onde os interesses do muito sofrido cidadão em nada verdadeiramente se estabelece como prioridade.
Câmara e Senado renovados?
Será mesmo, ou tão somente, mudou-se parte dos figurantes que compartilham o palco de velhos atores, nas intermináveis representações, onde os heróis vencedores são sempre os mesmos?
No dia em que mordomias e privilégios, amparados em aparentes e fortes justificativas que chamam de benefícios, forem cortados em favor do amparo a grossa maioria da população brasileira, ampliando a ela decente condição de sustentabilidade, certamente se viva eu estiver, terei a chance de aplaudir estas reais, sérias e eficientes alterações desta página feia da nossa tão proclamada Democracia, que se repete a cada gestão com um histórico que até o momento é pura decepção.
Por enquanto, penso que mais uma vez, tiramos o lixo e deixamos o chorume contaminando o solo.  


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

BOM DIA!!

Minha curiosidade levou-me a querer conhecer um pouco mais da criatura humana da cintura para cima, porque desde muito jovem, percebi que a maioria das atenções se fixavam da cintura para baixo. Não que eu não ache interessante, apenas, acreditei que da cintura para cima, o campo era mais intrigante e vasto. Fascinante é a mente, aconchegantes e revigoradores são os abraços, fonte de vida são os seios, desafiador são os olhares, reveladores são os hálitos, sempre presentes, os sentidos.
Vez por outra, caminho pelos deliciosos labirintos da cintura para baixo, espairecendo, recuperando energias, surpreendendo-me, mas jamais esquecendo dos meus propósitos de uma vida inteira, que justo foi e sempre será navegar no mar revolto, controverso, amoroso, cruel, lúdico e real, absurdamente criativo que percebi existir da cintura para cima.
BOM DIA DE CORPO INTEIRO.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

LÓGICAS TROCADAS


Às vezes penso e até verbalizo que verdadeiramente não sou deste mundo e estou aqui por acaso ou por descuido dos espermatozoides de meu pai.
Ouço e leio argumentos claros em suas absolutas inverdades ou distorções e não entendo como as pessoas, os políticos e as mídias insistem na perda de tempo com discussões, cuja lógica do interesse público deveria ser o cerne da questão. 
Mas aí também penso que na realidade o que menos interessa é o bem comum, a não ser como retórica de todos os níveis e interesses.
Cada qual, enxerga e processa de acordo com os suas visões de carências pessoais, formando bolsões públicos ou privados que passam a congregar as mesmas ideias, sem se aterem ao ponto básico e, geralmente, fundamental, principalmente as chamadas oposições que fazem teatro, vestem-se de personagens salvadores e perdem o rumo de qualquer proposição contrária e séria, pois tudo a que se restringem é à ideia fixa de ser contra, afinal, querem estar ou voltar ao poder, e aí, o vale tudo passa a ser o foco de suas análises lógicas.
Observem: se mil especialistas nacionais e internacionais garantem que o nosso sistema previdenciário está falido, e o exemplo inconteste são as quebradeiras estaduais e o déficit monstruoso das dívidas públicas, como admitir que a PEC propondo a restruturação da mesma não passe na Câmara e no Senado ou que demore mais que o estritamente necessário para ser analisada e aprovada?
Aonde pode caber qualquer argumento de indução ao povo de que são medidas contra o bem-estar de cada trabalhador?
Esse é só um exemplo que me tonteia a mente em meio a um turbilhão de falácias argumentativas, que confundem e fazem ainda mais despreparado o povo brasileiro.
A tão necessária reforma da Previdência não pode ser pensada para agradar políticos, partidos ou a mim em particular, caso contrário, muito em breve, nem os privilegiados marajás ou os Zés Manés receberão absolutamente nada.
Simples assim.

sábado, 16 de fevereiro de 2019

VERÃO FUGAZ


Hoje, acordei pensando nas delícias que estou vivendo neste verão. se bem que o sinto apressado ou, talvez, eu é que esteja mais lenta.
Vai saber, não é mesmo?
Outro dia mesmo era Natal, no entanto, o Carnaval já está batendo à porta e, entre um e outro, foram tantos os acontecimentos chocantes, trágicos e desagradáveis que nem me apercebi o tempo passando, talvez na realidade o que desejei foi que voasse o mais rápido possível para que este verão que deveria ser de apenas muito sol e alegrias, não continuasse a ser testemunha de tantas e dolorosas mazelas que o homem é sempre capaz de produzir com sua incansável inconsciência.

Não me iludo, e isto também é impactante, afinal, Brumadinho e a Toca do Urubu logo serão, se não esquecidos, com certeza cederão lugar para as tantas tragédias deste nosso sistema, há muito desprezível.
Enquanto isso, sabedora de que nada poderei mudar, vou vivendo o lado precioso do verão, abraçando o sol e me entregando como se fosse uma ingênua virgem à este mar de águas mornas que, abusadamente, chamo de meu.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

PENSE NISSO...

“Os homens que perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde; Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente, de tal forma que acabam por nem viver no presente nem no futuro; Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido.” 
― Buda

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

EU ENCONTREI ...


Sozinha nesta tarde encalorada de fevereiro, onde para a maioria as férias de verão chegaram ao fim, cá estou neste lugar paradisíaco, cujas férias são intermináveis entre o sol e o sol de dias tranquilos onde a paz fez a sua morada.
Penso, vivo e escrevo sobre a paz com a naturalidade de quem a conhece intimamente, até porque, por anos a busquei com afinco, já que era  um desejo ardente, aparentemente fora do meu alcance, quase uma utopia.
O acaso guiou os meus passos e o meu reconhecimento imediato, fez-me ficar, armar barraca e pisar por longos anos nas areias fofas e úmidas da praia, expurgando os entulhos emocionais que me acompanhavam..
E aí, em muitas ocasiões, o alívio era tão grande que precipitada, eu pensava que já havia despido todas as armaduras enferrujadas de um sistema bruto e devastador e quando, eu menos esperava, velhas e carcomidas forrações de dores e decepções se mostravam, levando-me a pensar em muitas ocasiões que todo o tempo do mundo, ainda seria pouco para limpar-me da nódoa do sistema vivenciado.
O tempo passou e meio sem mesmo me perceber de quando, senti a bendita paz ir tomando conta de meus instantes, clareando minhas ideias e meus ideais, selecionando desejos das necessidades, enxergando mais beleza em tudo e em todos, numa sequência de suavidades, onde sabores e aromas se destacam como prêmios maiores só comparados ao prazer de me sentir existindo, tão somente como Regina.
Louvado seja o universo em toda a sua potencialidade, abrindo portas com as chaves das intenções, vibrações poderosas que abrem caminhos, ampliando horizontes, onde tudo é possível com o impulso das sempre possíveis vontades pessoais.
Bela Itaparica, celeiro farto de minha paz.

sábado, 9 de fevereiro de 2019

Compreendes?



Paz, não é um conceito que se possa definir na sua completude.
Paz, apenas é sentida como um abraço forte e amoroso que a vida em comunhão com a vontade voluntária em deseja-la de cada criatura é capaz de produzir.
Pode ser por um instante, representando toda uma existência.
Simples assim em meio à complexidade da capacidade mental e cognitiva do humano.”

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

TRAGÉDIAS?


A cada dia, independentemente do canal de TV, do jornal, da rádio ou da rede social, sinto-me bombardeada por notícias ruins, penso então, que não há como fugir deste sistema que se perdeu em falácias, pois pouco a pouco, lá vamos perdendo o senso da avalição crítica, mecanismo mental absolutamente necessário para que possamos manter um convívio menos danoso.
O fio da meada de qualquer mudança está perdido entre mil argumentos e justificativas que mantém cada pessoa refém de falsas verdades, aprisionada em seu mundinho universal que lhe garanta a sobrevivência em níveis diferenciados, mas tendo em comum o desassossego emocional e físico, recolhendo os próprios destroços e apreciando o recolhimento alheio, e dizendo a si própria que a vida é assim.
A vida é assim ou fazemos que ela seja assim através de nossa insistente inconsciência em não enxergarmos o óbvio das inconsequências?
Trabalhamos, pagamos impostos e cremos que somos bons cidadãos, pois seguimos as leis e cumprimos com os nossos deveres cívicos, elegemos pessoas a cargos públicos e, imediatamente, quando eleitos os transformamos em celebridades, e quando os olhamos, só enxergamos o ilustre, o intocável, o magnânimo do qual esperamos realizações.
E aí, cometemos o mais grave e irremediável erro, afinal, semideuses não servem e sim são servidos; e continuamos errando, pois aplaudimos quando nos oferecem algo, com um muito obrigada humilde que nos consola pelo muito que deixaram de fazer acompanhado dos aplausos que os fortalecem a nos oferecer sempre o mínimo e o mal feito que propicia as tragédias das quais sempre somos protagonistas, seja direta ou indiretamente.
Enquanto alimentarmos as entregas de obras e ações com festas e aplausos, afastamos da mente dos funcionários eleitos por nós o senso da realidade do propósito de terem sido eleitos e não, para tão somente, fazer de ações que deveriam ser corriqueiras, estandartes de contínua campanha eleitoral, feita com a nossa bestice e o nosso dinheiro.
O aplauso deveria ocorrer no final de cada mandato com o nosso bendito voto que o manterá no emprego ou o demitirá, mas enquanto, não mudarmos a regra do jogo, onde somente a banca leva a melhor e o cliente, vez por outra, ganha uma partidinha, continuaremos vivendo entre o medíocre e a catástrofe.
Olho para o meu paraíso, geralmente quando a maioria ainda dorme e fico pensando no quanto a banca já levou e quantas partidinhas nos foram oferecidas, podendo ouvir os mil aplausos, assim como os lamentos dos esquecidos.
Tragédias?
Penso que “descasos” apresentados sempre com aplausos e festas para comemorar obras pífias, a fim de sobrarem mais e mais recursos para serem aplicados neles mesmos e nos seus “extases” pessoais.
Penso que nesses 16 anos em Itaparica, se pelo menos 20% do arrecadado com royalties tivessem tido como destino a infraestrutura, não haveria uma rua, uma ruela sem calçamento ou asfalto e se os demais 30% tivesse sido direcionado para a saúde e área social, não haveriam ainda casas de sapé, dores de dentes e muito menos fome, ficando o restante da arrecadação carimbada ou não, com seus destinos certos.
Tragédia quando nos toca a alma é momentânea e logo superada pela próxima e, de uma em uma, deixamos de prestar atenção no que as causa, numa sequência de hábitos e vícios sistêmicos que nos priva de verdadeiramente sermos livres e felizes.
E aí, o sentido maior de cidadania se perde no vazio dos absurdos.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

SORRISO DE GRATIDÃO



Nada faz sentido além da preservação da vida e, falando assim, tudo parece lúdico e distante da realidade, todavia, se nos atermos aos detalhes que nos cercam poderemos constatar que esta preservação se faz infelizmente em ritmo lento se comparado à rapidez da devastação que se opera.
Enquanto poucos se dedicam a criar e a reconstruir, uma infinidade de zumbis operam desgovernadamente o já conquistado ou existente sem qualquer maior consciência, como se fossem apenas sombras enlouquecidas em um bailado infernal.
Não há senso real de absolutamente algo relevante à vida, mesmo quando as aparências forjam o engano.
A massa humana como ovelhas seguem aos bandos, num rumo determinado pelos pastores, travestidos de ensignas de proteção que não ultrapassam os limites deles mesmos.
E aí, num estalar de dedos, a vida se perde na unidade isolada ou num conjunto, enterrando intenções que jamais se concretizaram em propósitos, abrindo ainda mais a lacuna, descortinando o imenso vazio inexoravelmente presente, sem disfarces que nos console.
Passado os instantes de susto e de dor, dizemos que a vida prossegue e nada ou quase nada mudamos, sendo abafados pela inoperância de nossa vontade voluntária que não é capaz de verdadeiramente dimensionar a vida em toda a sua completude.
Remendamos aqui, remendamos ali, mas entre um ponto e outro de nossa costura de remendos, persiste o espaço da nossa pequenez de tão somente não rasgar a perfeição.
Não temos limites, porque queremos sempre mais, não temos consciência para reconhecer que já possuímos tudo e que a nossa tarefa é de apenas sorver e usufruir, mantendo polido, limpo e arejado o que nos já foi ofertado.
Parece piegas e na realidade o é em meio a um sistema que dizem ser humano, mas que na realidade é tão somente de uma raça grotesca que transformou a potencialidade de sua mente em prodígios da destruição.
Para os raros que pensam na preservação do tudo, deixo aqui o meu sorriso, expressão máxima da minha gratidão.



sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

GRITOS QUE NÃO SÃO OUVIDOS.



O tempo passa sem que nos apercebamos e, como se fosse de repente, fevereiro de 2019 chegou sem pedir licença, apenas se apresentando diversificado à moda sofrida das regiões deste planeta ferido, machucado, cansado de pedir socorro e não ser ouvido.
Enquanto isso, também cada qual a seu modo, busca seu próprio modelo de Deus, numa tentativa insana de suborna-lo com prendas e oferendas, para que sua ira se restrinja às paredes dos templos, atrasando deliberadamente sua inevitável e definitiva explosão de dor.
Insana é esta humanidade que, na incoerência de suas posturas, aprisiona em suas mentes uma apenas ficção e massacra abusadamente o verdadeiro Deus que, incansável, se transveste de infinitas formas, aromas e sabores esperando que, em algum momento, a razão o faça ser enxergado, sentido , amado e preservado, estabelecendo o equilíbrio entre o homem e o seu universo, abrindo espaço para o amor à vida.
Mas os gritos de Deus não são ouvidos e, de tragédia em tragédia, seguimos firme rogando misericórdia ao nosso Deus, sem percebermos que, insistentes, destruímos inconsequentemente o bendito.

ESPLENDIDO GOZO

De onde surgiu o meu improviso, não sei precisar, mas, com certeza, sempre foi a minha mais autêntica realidade, custando-me em algumas ocas...